Abater mais de um milhão de cabeças de gado. Este é o custo para reduzir as emissões no sector agrícola irlandês
Para a Irlanda fazer face às metas climáticas e reduzir as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) do setor agrícola, teriam de ser abatidos até 1,3 milhões de cabeças de gado, sugere o novo relatório da KPMG pedido pelo Irish Farmers Journal.
O Governo Irlandês comprometeu-se, no novo plano de ação climática, a reduzir os GEE em 51% até 2030. Nesse sentido, foi pedido que o setor agrícola – a maior fonte de missões no país – reduzisse em 30% as suas emissões e que passasse das 23 milhões de toneladas de CO2 equivalente (MtCO2eq) para as 16 a 18 MtCO2eq até 2030.
Segundo os dados apresentados no relatório, esta mudança pode custar ao país a perda mais de 56 mil postos de trabalho no setor, e ter um peso de 4 mil milhões de euros na economia. Em termos de gado, isso iria custar a redução 20% das cabeças de gado – 22% do gado para produção de carne e 18% do gado leiteiro. Por outro lado, a adesão a novas tecnologias no setor iria permitir reduzir até 18% das emissões.
Os dados preocuparam a comunidade agrícola, mas Micheál Martin, chefe do executivo de Dublin, referiu à estação televisiva RTE que é preciso “ter muito cuidado com o alarmismo”, e que a agricultura “tem de mudar”, pelo que não há outra escolha.
O Plano de Ação Climática 2021 apresenta várias medidas para a agricultura, que passam pela promoção de práticas agrícolas mais sustentáveis, apoiando ao mesmo tempo os agricultores e garantindo que as suas colheitas não são prejudicadas.