Os Acoma vivem da mesma forma há quase mil anos



Os cerca de 250 habitantes de Acoma Pueblo, uma aldeia de Valencia County, no estado norte-americano do Novo México, vivem da mesma forma – e provavelmente nas mesmas casas – que os seus antepassados bem distantes. Há pelo menos quase mil anos que este povo, os Acoma, vivem no topo de um penhasco que, até há 60 anos, era apenas acessível através de uma escada inclinada esculpida na rocha.
Segundo o Amusing Planet, um dos primeiros visitantes europeus a Acoma foi o explorador espanhol Francisco Vázquez de Coronad, em 1540. De acordo com o explorador, a aldeia era “um dos locais mais fortes” que já vira, uma vez que foi construída em altitude. “A subida era tão difícil que nos arrependemos de subir ao topo”, escreveu Coronad.
Quase 60 anos depois, os espanhóis começaram a fazer visitas indesejadas à aldeia, liderados pelo governador colonial Juan de Oñate. Para proteger o local, os habitantes de Acoma Pueblo atingiram mortalmente vários espanhóis, o que levou a ume vingança que matou 600 aldeões e escravizou outras 500 pessoas.

Nessa altura, a população da aldeia decresceu de 2.000 para 250, mas os sobreviventes, ainda que tivessem de pagar taxas aos espanhóis – em trabalho, algodão e alimentos – começaram aos poucos a reconstruir a aldeia.

Quando os espanhóis tentaram construir uma igreja no local, o que motivou o transporte de 20.000 toneladas de pedra e terra e vigas de nove metros para a montanha, começou uma revolta dos 17.000 residentes da região – o que, efectivamente, afastou os espanhóis do local.

Ao longo dos anos seguintes, conta o Amusing Planet, ocorreram outras tentativas de invasão de vários povos, sobretudo das tribos Apache, Comanche e Ute. Todas sem sucesso. Com a abertura das linhas ferroviárias norte-americanas, vários missionários entraram na aldeia e tentaram influenciar – de forma pacífica – os seus habitantes. Assim, eles concordaram pela primeira vez em ter um estilo de vida mais moderno, incluindo autorizar a ida de crianças à escola.

Hoje, existem 300 edifícios em Acoma Pueblo, mas poucos residentes permanentes. Segundo Brian Vallo, director do centro cultural Acoma, este povo resistiu a 850 anos de civilização de forma pacífica e espiritual. E terá sido essa a razão pela qual ainda permanece “vivo” na sociedade actual.





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