Conferências em modo híbrido ou online cortam significativamente as emissões poluentes
Com a chegada da pandemia da COVID-19, vários setores tiveram de se adaptar a novos métodos de trabalho. O modelo de teletrabalho e os eventos em formato online passaram a ser uma nova realidade.
A transmissão online de uma conferência profissional permite poupar em 94% a sua pegada de carbono, sugere um novo estudo da Universidade de Cornell. De acordo com os autores, o formato híbrido reduz também em 67% as suas emissões de carbono.
“Todos nós vamos a conferências. Voamos, conduzimos, fazemos check-in num hotel, damos uma palestra, conhecemos pessoas. Mas olhámos para este problema de uma forma abrangente e, nos bastidores, as convenções geram muito carbono, consomem muita energia, imprimem muito papel, oferecem muitos alimentos – sem falar na criação de resíduos urbanos.”, explica Fengqi You, um dos autores do estudo.
O número de eventos internacionais regulares com mais de 50 participantes tem vindo a duplicar a cada dez anos, prevendo-se que na próxima década, exista uma taxa de crescimento de 11,2%. Estes números tornam-se preocupantes na medida em que, a pegada de carbono atribuída a cada participante, pode atingir os 3 mil quilogramas de CO2 equivalente.
Embora uma conferência em formato digital também utilize diversos equipamentos e energia, tudo depende do seu planeamento. A mudança para eventos online ou híbridos é uma solução que contribui para a mitigação das alterações climáticas, segundo os investigadores.
Algumas das soluções apontadas passam pela criação de centros de conferência regionais estratégicos, que permitam reduzir as longas viagens dos participantes, pela eficiente organização destes eventos, tendo em conta os meios de transporte e as distâncias a percorrer pelos participantes, e pelo aumento das participações virtuais. Recomenda-se ainda que nas conferências em formato online, sejam utilizados equipamentos com maior eficiência energética.