Teoria da evolução. Mudanças nas plantas podem não ser lineares, mas sim repentinas
Charles Darwin pensou inicialmente a evolução natural das espécies como um processo gradual, no entanto, para Scott Hodges, professor do Departamento de Ecologia, Evolução e Biologia Marinha da Universidade da Califórnia em Santa Barbara, não é necessariamente assim. Em conjunto com uma equipa de cientistas da Universidade, este observou um caso em que ocorreu uma mudança evolutiva repentina.
No Estado do Colorado, o grupo encontrou uma população de plantas da espécie Aquilegia coerulea que perdeu as suas pétalas e as esporas de néctar. No caso das esporas de néctar, a característica foi verificada em um quarto da população. A mudança abrupta foi gerada por uma alteração num único gene, o APETALA3-3.
“O gene está ligado ou desligado, é a mudança mais simples que se pode obter. Mas esta simples diferença causa uma mudança radical na morfologia”, explica o principal autor do estudo, Zachary Cabin.
Como referem os autores, a grande diferença entre as duas flores poderia levar um taxonomista a atribuir-lhes géneros diferentes, caso fossem preservadas em registo fóssil. Além disso, não existiria nenhum registo de transição de uma morfologia para a outra. O próximo passo será estudar quando a mutação ocorreu pela primeira vez, e como esta mudança se está a espalhar nas populações de Aquilegia coerulea.
“Esta descoberta mostra que a evolução pode ocorrer num grande salto se o tipo certo de gene estiver envolvido”, afirma Scott Hodges.
O artigo foi publicado na revista científica Current Biology.