Cientistas querem criar a primeira biblioteca de ruído aquático do mundo



O ambiente aquático, seja de água doce ou salgada, é casa para variadíssimas espécies, cada uma com as suas características e sons específicos. Numa época em que a biodiversidade marinha está em risco de sobrevivência, e em que é necessário implementar medidas para garantir a sua proteção, a comunidade científica considera necessário documentar e compreender as fontes sonoras bióticas, antes que as mesmas desapareçam.

Nesse sentido, um grupo de 17 especialistas de 9 países diferentes, estão a propor a criação da primeira biblioteca de ruído aquático do mundo. A  Biblioteca Global de Sons Biológicos Subaquáticos (GLUBS) terá acesso aberto e funcionará através da inteligência artificial e da ciência cidadã.

Como referem no artigo, publicado na Frontiers in Ecology and Evolution, esta plataforma online terá “uma biblioteca de referência de fontes sonoras biológicas conhecidas e desconhecidas (integrando e expandindo bibliotecas existentes em todo o mundo); um portal de repositório de dados para gravações de áudio anotadas e não anotadas de fontes únicas e de paisagens sonoras; uma plataforma de treino para algoritmos de inteligência artificial para deteção e classificação de sinais; e um aplicativo baseado em ciência cidadã para utilizadores públicos.”

Os especialistas acreditam que, pelo menos, 126 mamíferos, 100 vertebrados e 1000 espécies de peixes emitem sons, mas que existirão ainda outros milhares. Estas gravações irão permitir captar informações acerca dos ecossistemas, mas também da distribuição e abundância das espécies, sendo ainda possível descobrir algumas não identificadas.

 





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