Veados infetados com vírus da COVID-19 poderão infetar outras espécies
Centenas de veados-de-cauda-branca (Odocoileus virginianus) estão infetados com o coronavírus SARS-CoV-2, que provoca a COVID-19. A descoberta foi anunciada por cientistas, na revista científica Nature, que já detetou esta infeção em 24 Estados dos Estados Unidos e algumas regiões do Canadá.
A equipa procura agora perceber qual o impacto que o coronavírus vai ter nos animais, e o risco que este representa para outras espécies de vida selvagem e para a vida humana. Isto, porque, existe um veado para cada 10 pessoas nos Estados Unidos. As variantes detetadas estão em conformidade com as das pessoas que vivem nas localidades mais próximas, e a maioria dos casos apareceu durante um pico de infeções humanas. Alguns dados revelam também que o SARS-CoV-2 pode já ter sofrido mutações, o que confirma a transmissão entre os veados.
Os autores referem que para já, os efeitos não parecem ser preocupantes, contudo, à medida que o vírus se propaga, pode infetar animais mais vulneráveis.
“Assim que entra na vida selvagem, basicamente não há como controlá-lo”, admite a virologista médica Marietjie Venter da Universidade de Pretória.
Apesar de nenhuma hipótese estar confirmada, os investigadores acreditam que o coronavírus pode ter chegado aos veados de diferentes maneiras: quando as pessoas os alimentam, quando estes se aproximam e vasculham o lixo ou os jardins e hortas das casas, através dos iscos dos caçadores, das águas residuais contaminadas, ou até mesmo de outros animais como gatos e martas selvagens.