Ministro da Economia e do Mar rejeita uma possível aposta na Mineração em Mar Profundo
Na quarta-feira o Ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, esteve no Palácio de Sant’Ana, em Ponta Delgada, em audiência com o Presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro. O Ministro referiu a importância da criação de uma Universidade do Atlântico nos Açores a fim de “atrair investigadores internacionais”, e rejeitou uma possível aposta na Mineração em Mar Profundo como estratégia política do atual Governo.
No passado dia 1 de julho mais de 30 outras organizações subscreveram uma petição que apela ao Primeiro Ministro que decrete uma moratória à mineração no mar profundo português (e defenda o mesmo para as águas internacionais) até que os riscos ambientais, sociais e económicos sejam compreendidos, e esteja claramente demonstrado que esta atividade pode ser gerida de forma a assegurar a efetiva proteção do ambiente marinho e a evitar a perda de biodiversidade. Atualmente, já assinaram mais de 1300 cidadãos.
A ANP|WWF, que lançou a petição, e a SCIAENA, uma das organizações subscritoras, já vieram reagir positivamente às declarações.
“Com as declarações do Ministro da Economia e do Mar estão reunidas as condições para se decretar formalmente uma moratória à mineração no mar profundo português, devendo o Governo defender também uma moratória global para as águas internacionais”, afirma Ângela Morgado, Diretora Executiva da ANP|WWF.
Ana Matias, coordenadora de Pescas e Aquacultura na Sciaena, reforça que “Portugal deve posicionar-se ao lado de países como os que lançaram a aliança na Conferência dos Oceanos da ONU na semana passada e apoiar uma moratória à atividade com efeitos imediatos. Há que minimizar os riscos de esta se iniciar nas próximas décadas e, para isso, uma moratória é a única opção, como pede a sociedade civil.”
As duas organizações apelam agora que o Governo decrete formalmente esta moratória, “de forma a que não haja qualquer subterfúgio legal para possíveis avanços desta indústria no nosso país”.