Ilhas Faroé propõem limite de captura anual de 500 golfinhos
O Ministério das Pescas das Ilhas Faroé, situadas no Atlântico Norte, propôs o limite de captura anual de 500 golfinhos-de-laterais-brancas-do-atlântico (Lagenorhynchus acutus). Esta medida aplica-se nos anos de 2022 e 2023, e surge em resposta à polémica que se levantou depois de terem sido caçados mais de 1420 golfinhos em setembro do ano passado.
Em comunicado, o governo afirma que “Foi reconhecido que alguns aspetos dessa captura não foram satisfatórios, em particular o número invulgarmente elevado de golfinhos mortos. Isso tornou os procedimentos difíceis de gerir e é improvável que seja um nível sustentável de captura numa base anual a longo prazo.”
O Ministério das Pescas considera que as medidas de gestão adotadas permitem à população utilizar os recursos marinhos de forma sustentável há séculos, e que a caça de baleias-piloto e golfinhos-de-laterais-brancas-do-atlântico é sustentável. Além disso, compromete-se a garantir que os métodos de caça utilizados permitam que os procedimentos ocorram “da forma mais rápida e eficiente possível”. Com base nos dados científicos que transmitem, definem que caçar 825 golfinhos estaria ainda nos limites de captura sustentável.
Sally Hamilton, diretora da ONG ORCA, defende que este anúncio “é uma farsa”. “O que as Ilhas Faroé fizeram foi formalizar algo que antes não era formalizado– sancionar o massacre, quando nunca era claro quantos golfinhos seriam mortos anualmente. As Ilhas Faroé tornaram-se um matadouro de mamíferos marinhos e parecem despreocupadas com a indignação e condenação internacional que isso está a provocar”, alega.