Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo promove debate sobre questões sociais e culturais associadas ao setor olivícola da região



O Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo (PSAA), projeto liderado pela Olivum, em parceria com a Universidade de Évora, arrancou em março, tendo já promovido três debates que trouxeram para a mesa temas “pertinentes” para o setor oleícola, que nos últimos anos tem reforçado e consolidado o seu papel no panorama regional, nacional e internacional.

Portugal, após a campanha de 2021, passou a  6º maior produtor de azeite no mundo e 3º maior exportador da União Europeia.  O crescimento do setor olivícola, registado nos últimos anos, “deve-se essencialmente ao aparecimento de novas áreas de regadio – destacando o exemplo de Alqueva – que possibilitaram a instalação de olivais modernos e eficientes e a consequente instalação de lagares”, sublinha o PSAA em comunicado.

Segundo a mesma fonte, o Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo “nasce da necessidade de solidificar este crescimento, tendo como principal objetivo certificar este produto, demonstrando ser produzido de forma sustentável e reforçando o seu valor”. A certificação, acrescenta, está a ser desenvolvida com o conhecimento técnico e prático da Associação de Olivicultores do Sul (Olivum), entidade promotora, com o capital científico e teórico da Universidade de Évora, entidade parceira, e com o contributo de quem está no terreno, olivicultores e produtores de azeite, “assegurando que se trata de uma ferramenta rigorosa tecnicamente, e aplicável a nível prático”.

Este conjunto de agentes que vão materializar a certificação foi formalizado enquanto grupo-piloto oficial do projeto no passado mês de maio, onde foi discutida a abrangência da certificação. No mês de junho o grupo-piloto reuniu-se para debater temas mais específicos, como: a gestão do solo e conservação da biodiversidade.

No dia 6 de setembro, o grupo-piloto do Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo reencontrou-se, desta vez para discutir outros dos temas específicos que a certificação contemplará: a dimensão social da sustentabilidade e do património cultural. O grupo alertou para a importância de cada produtor fazer um levantamento e uma avaliação do património cultural existente na sua exploração, procedendo a uma correta preservação do mesmo e valorizando-o, partilhando-o e dando-o a conhecer à sociedade. O grupo demonstrou, no entanto, preocupações quanto à elevada burocracia e morosidade do processo que este levantamento e avaliação implicam. Foi também expressa a vontade de valorizar o azeite enquanto produto histórico, característico da cultura portuguesa e da dieta mediterrânica, através de museus, centros interpretativos ou roteiros.

Relativamente a questões sociais, olivicultores e produtores de azeite deram o seu testemunho quanto ao que já fazem para promover uma maior proximidade e envolvimento com os seus trabalhadores e com a comunidade.

No entanto, o grupo demonstrou preocupações quanto à dificuldade que existe atualmente na aquisição e retenção de trabalhadores apesar das condições oferecidas. Foi ainda sublinhada a importância de uma relação transparente com a comunidade, freguesias, municípios e vizinhos, abrindo sempre que possível as portas dos olivais e lagares para dar a conhecer à população o que ali é feito.

O Programa de Sustentabilidade do Azeite do Alentejo “irá continuar a trabalhar na certificação e no reconhecimento do valor deste produto e da região do Alentejo”, conclui o comunicado.





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