Aumento da iluminação LED pode prejudicar saúde de humanos e animais
A luz azul a partir de fontes artificiais está a aumentar e isso pode ter consequências negativas para a saúde humana e o ambiente em geral, revela um novo estudo.
Os académicos da Universidade de Exeter identificaram uma mudança no tipo de tecnologia de iluminação que os países europeus estão a utilizar durante a noite para iluminar ruas e edifícios. Utilizando imagens produzidas pela Estação Espacial Internacional (ISS), descobriram que as emissões de cor laranja das luzes de sódio mais antigas estão a ser rapidamente substituídas por emissões brancas produzidas por LEDs.
Embora a iluminação LED seja mais eficiente em termos energéticos e custar menos, os investigadores consideram que o aumento da radiação de luz azul associado está a causar “impactos biológicos substanciais” em todo o Continente. Além disso, consideram que a investigação anterior sobre os efeitos da poluição luminosa subestimou os impactos da radiação da luz azul.
Entre as principais consequências para a saúde da luz azul está a sua capacidade de eliminar a produção de melatonina, a hormona cuja principal função é regular o sono. Inúmeros estudos científicos têm advertido que o aumento da exposição à luz azul artificial pode agravar os hábitos de sono das pessoas, o que, por sua vez, pode levar a uma variedade de condições crónicas de saúde ao longo do tempo.
Reino Unido é um dos países com mais iluminação LED
O aumento da radiação da luz azul na Europa também reduziu a visibilidade das estrelas, o que, segundo o estudo, “pode ter impacto no estado de espírito das pessoas”. A luz azul pode ainda alterar os padrões de comportamento dos animais, incluindo morcegos e traças, uma vez que pode modificar os seus movimentos na direção ou para longe das fontes de luz.
O Reino Unido está entre os países destacados no estudo já que 51% das luzes de rua no Reino Unido eram alimentadas por LEDs em 2019.
Itália, Roménia, Irlanda e Espanha foram também identificados como países mais vulneráveis aos impactos devido às suas recentes transições para as luzes LED noturnas. Já em países como a Áustria e a Alemanha foram muito menos sentidos porque estes ainda alimentam grande parte da sua iluminação noturna com lâmpadas mais antigas a gás e fluorescentes.