Raias-focinho-de-vaca são os novos residentes do Oceanário de Lisboa
As raias-focinho-de-vaca são os novos residentes do Oceanário de Lisboa. Estes animais nasceram em aquário, ao abrigo de programas de reprodução da Associação Europeia de Zoos e Aquários (EAZA) que procuram aumentar o conhecimento sobre as espécies e contribuir para a sua conservação.
As raias-focinho-de-vaca (Rhinoptera bonasus) devem o seu nome aos lóbulos da cabeça que se assemelham ao nariz de uma vaca. Podem atingir um metro e dez centímetros de envergadura e pesar até cerca de 20 quilogramas, sendo as fêmeas maiores do que os machos. Na natureza, estas raias podem viver cerca de 21 anos. Geralmente, encontram-se perto da superfície em grandes grupos que chegam a ter milhares de animais, podendo nadar até aos 60 metros de profundidade para procurar alimento junto ao fundo.
Embora estas raias não sejam pescadas para fins comerciais, são frequentemente capturadas acidentalmente. A maturidade reprodutiva tardia desta espécie, o longo período de gestação e o reduzido número de crias, tornam esta espécie mais suscetível à sobre-exploração, agravando a tendência de declínio das populações, o que contribui para a avaliação da espécie como “Vulnerável” na Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN – União Internacional para a Conservação da Natureza.
“Os aquários permitem estudar as espécies, saber mais sobre a sua reprodução e partilhar informações com a comunidade científica. Por exemplo, este conhecimento permite categorizar o estado de ameaça da espécie na Natureza e ajudar a definir medidas em prol da sua conservação”, afirma Hugo Batista, Assistente Curador do Oceanário de Lisboa, citado em comunicado.
Os aquários têm ainda um papel fundamental para a sensibilização dos visitantes para as atuais ameaças às espécies e aos seus habitats e para o papel que cada um pode ter para a conservação do oceano e da biodiversidade marinha.
Após a chegada ao Oceanário de Lisboa, cedidas pelo SeaLife do Porto e pelo Zoo de Roterdão, as raias-focinho-de-vaca estiveram cerca de um ano a crescer na quarentena, com monitorização de uma equipa de aquaristas, tendo sido recentemente introduzidas na exposição. Podem agora ser vistas a nadar à superfície ou a explorar o fundo do aquário, local onde são alimentadas pelos aquaristas, em mergulho.
“Neste outono, conheça as raias-focinho-de-vaca no grande aquário central do Oceanário, um bom motivo para (re)visitar aquele que foi considerado por três vezes o ‘Melhor aquário do Mundo’. Até 31 de outubro, o Oceanário reforça o convite aos jovens para agarrarem a Happy Hour: até aos 25 anos, as visitas a partir das 17h, com bilhete comprado em oceanário.pt, custam apenas 7€”, conclui o Oceanário.