Vila Pouca de Aguiar promove campanha de prevenção de incêndios urbanos
A Proteção Civil de Vila Pouca de Aguiar está a realizar uma campanha de prevenção de incêndios urbanos e de alerta para a má instalação ou manutenção dos equipamentos de aquecimento, como salamandras ou recuperadores de calor.
“O objetivo é evitar acidentes que, em muitos casos, acabam por ser fatais”, afirmou hoje à agência Lusa Duarte Marques, da Proteção Civil Municipal de Vila Pouca de Aguiar, no distrito de Vila Real.
É nestes meses do ano que, segundo o responsável, se verificam mais incêndios urbanos porque coincide com a altura em que, por causa do frio, se começa a ligar os sistemas de aquecimento.
No distrito de Vila Real foram contabilizados 18 incêndios urbanos desde 01 de outubro e 02 de dezembro, dos quais resultaram quatro vítimas mortais, dois feridos e dois desalojados, segundo dados da Proteção Civil Distrital.
O caso mais grave aconteceu na sexta-feira, em Sabrosa, onde três pessoas, um casal com 74 e 80 anos e uma filha de 56 anos, morreram depois de um incêndio ter atingido a habitação onde viviam, no centro da vila. Dois jovens de 16 e 20 anos conseguiram sair ilesos da casa.
As causas do incêndio estão a ser investigadas pela Polícia Judiciária (PJ) de Vila Real.
A 11 de novembro, uma nonagenária perdeu a vida também na sequência de um incêndio numa habitação na aldeia de São Cibrão, concelho de Vila Real.
Duarte Marques afirmou que o objetivo da campanha em Vila Pouca de Aguiar é “prevenir e alertar a população”, referindo que esta se repete há alguns anos, acreditando que, por isso, a incidência deste tipo de ocorrências é cada vez menor neste concelho e menos graves também.
“As pessoas cada vez mais estão cientes desta problemática porque são alertadas. São atuações e medidas tão simples de ultrapassar e de colocar em prática”, sustentou, salientando que é fundamental, antes da utilização dos equipamentos, ter uma atitude “preventiva de verificação” do seu funcionamento.
A mensagem está a ser passada através das redes sociais do município e da distribuição de panfletos com conselhos, e o apelo é para que as “pessoas não corram riscos de vida”.
Segundo a Proteção Civil, os incêndios urbanos devem-se sobretudo ao “calor dos equipamentos em contacto com superfícies inflamáveis, como madeira no forro e telhados, e à má extração de fumos (a combustão dos equipamentos reduz o oxigénio)”.
Duarte Marques aponta às regras de segurança que têm de ser cumpridas na instalação dos diferentes equipamentos, a qual, frisou, deverá ser feito por técnicos credenciados, e para a limpeza e manutenção de, por exemplo, chaminés ou outros canais de extração de fumos e de ventilação.
A Proteção Civil alerta que na utilização de lareiras, salamandras ou equipamentos a gás se deve manter uma correta ventilação das divisões da habitação de forma a evitar a acumulação de gases nocivos à saúde, evitando os acidentes por monóxido de carbono que podem ser causa de intoxicação ou morte.
Alerta ainda para a não utilização de equipamentos de aquecimento de exterior em espaços interiores e para a necessidade de apagar ou desligar os equipamentos de aquecimento antes de se deitar ou sair de casa, de forma a evitar fogos ou intoxicações, bem como não abandonar velas acesas ou mal apagadas.
Por fim, diz que se deve evitar dormir/descansar muito perto dos equipamentos de aquecimento.