Eletrificados já representam 10% dos veículos importados



A importação de veículos está 48% acima do pré-pandemia e cerca de 30% acima do ano passado. Segundo o Barómetro Standvirtual / ACAP, o gasóleo, que em 2019 representava 85% dos veículos importados, representa agora apenas 60%, continuando, no entanto, a liderar a tipologia de energia dos veículos ligeiros importados. Os eletrificados já representam 10% dos veículos importados, sobretudo os 100% elétricos.

Segundo a mesma fonte, Novembro “é o terceiro mês consecutivo do ano com dinâmica de mercado negativa (-15%), após se registarem dinâmicas de mercado positivas face ao período homólogo desde setembro de 2021. Setembro já tinha registado uma dinâmica de -7% e outubro de -10%”.

A transferência de propriedade de ligeiros de passageiros teve uma estagnação de -0,4% em outubro de 2022, face ao mês homólogo de 2021. Regista um decréscimo de -19% em comparação com 2019, no pré-pandemia, acrescenta.

No que diz respeito aos veículos importados (ligeiros de passageiros), há um crescimento de +48,3% em novembro, face a 2019 e de +29,8% face a 2021, “o que se relaciona com a falta de stock nacional”. Por tipologia de combustível, a importação “continua a acontecer sobretudo nos carros a gasóleo, ainda que a decrescer gradualmente para cerca de 60%, seguindo-se a gasolina, com ligeiro aumento”. Aumenta também a preponderância dos elétricos (representam cerca de 10% do total).

Já o preço médio praticado pelos vendedores profissionais, que vinha a subir progressivamente, sobretudo desde agosto de 2021, estabiliza em cerca de 23.500€ em outubro e novembro, mas ainda cerca de 14% acima do preço no período homólogo de 2021.

Nos modelos mais representativos no Standvirtual, com 50 mil quilómetros e a diesel, mantém-se a estabilização dos preços já verificada nos meses anteriores, nomeadamente o Renault Clio (18.500€), bem como o Nissan Qashqai (24.600€) e o Mercedes-Benz A180 (31.800€). O Renault Megane Sport Tourer aumenta ligeiramente o preço, para cerca de 23.000€.

De acordo com os dados fornecidos pela BCA, os preços mantêm-se estáveis no comércio e retalho em novembro, face ao mês anterior e, segundo dados da ACAP, em novembro verifica-se um aumento de +24% no total do mercado automóvel, face ao mesmo período de 2021, e uma ligeira descida de -1,8% no acumulado anual face a 2021. As energias alternativas (veículos eletrificados e híbridos GPL) representaram cerca de 40% do mercado total de ligeiros em novembro de 2022.

“Vantagens fiscais [dos veículos elétricos] podem ser um push no volume de vendas”

No um webinar online realizado pelo Standvirtual para apresentar o barómetro do mercado automóvel, em parceria com a Associação do Comércio Automóvel de Portugal (ACAP), Pedro Belo, Diretor Comercial da Benecar, destaca: “Acreditamos que vai continuar a existir escassez de carros. Apesar da diminuição da procura, continuamos com dificuldades em abastecer para as necessidades que temos. Ainda que as rent-a-car estejam a libertar alguns carros, é algo momentâneo e é um desafio a olhar com cuidado”. Sobre a inflação e a queda de procura, acrescenta que “quando vivemos num ambiente inflacionista diminui a confiança do consumidor. Nós estamos mais atentos aos nossos investimentos e notamos da parte do consumidor e dos parceiros financeiros que estão mais conservadores”.

Já Sandra Meira, Gerente da Meirauto Automóveis, explica como é importante a relação com o cliente, algo que ajuda na fidelização. “Hoje em dia temos de ir buscar clientes novos através das redes sociais, do Standvirtual, do digital. As redes sociais têm sido o caminho, embora os negócios depois sejam feitos por proximidade” e passando para o contacto mais direto. “Temos clientes do passado, mas as vendas aumentaram com os clientes novos, que representam cerca de 60% das vendas, apesar das quebras em relação aos anos anteriores em novembro”. Relativamente aos elétricos, como o preço é elevado, destaca que é sobretudo “uma vantagem para as empresas”.

Luís Churrito, Responsável da Unidade de Negócio C. Santos VP, refere que, relativamente a modelos elétricos “as vantagens fiscais podem ser um push no volume de vendas”. Sobre a importação, é algo a que recorrem menos, pois devido aos valores “temos mais benefícios com outros parceiros, de forma que abdicámos da importação e dessa procura na Europa”. Relativamente à Mercedes e ao novo modelo de agência, espera-se que o peso dos usados possa aumentar em operadores tradicionalmente mais focados nos novos, “porque este modelo obrigatoriamente faz com que outros players nos deem visibilidade e, mais do que nunca, será um veículo de promoção das nossas viaturas”.

 

 





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