Loulé quer criar mercado voluntário de carbono e alcançar neutralidade carbónica antes de 2050



O Município de Loulé, no Algarve, revelou que pretende criar um mercado local voluntário de carbono para incentivar empresas e residentes a adotarem estilos de vida mais sustentáveis para alcançar antes de 2050 a neutralidade carbónica.

“Quem for menos poluente vai ser premiado. A nossa intenção é criar um mercado local voluntário de carbono”, disse ontem o presidente da Câmara de Loulé à margem da sessão de assinatura de um protocolo de colaboração entre a autarquia e o Centro de Engenharia e Desenvolvimento (CEiiA).

Segundo esse protocolo, será implementada a plataforma de sustentabilidade AYR do CeiiA, baseada em tecnologia ‘blockchain’, que recompensa comportamentos neutros em carbono na mobilidade.

“Vamos trazer tecnologia para acelerar o processo de neutralidade carbónica da cidade”, explicou o fundador e presidente executivo do CEiiA, José Felizardo, acrescentando que não se pretende “resolver o problema da neutralidade carbónica”, mas sim “dar um contributo para acelerar a neutralidade carbónica através de uma linha que é a área da mobilidade”.

A plataforma AYR vai permitir “quantificar, em tempo real, as emissões de carbono evitadas quando um cidadão usa um modo de mobilidade sustentável” e em seguida “transacionar” esses ‘tokens’ por bens e serviços verdes, no ecossistema da cidade, “valorizando desta forma os comportamentos sustentáveis em termos de mobilidade”.

“Loulé pode proporcionar ao CEiiA uma espécie de laboratório vivo” e através da plataforma AYR o cidadão vai “ter consciência para saber qual a sua pegada de carbono no dia-a-dia, em termos de mobilidade”.

Através da Lei Europeia do Clima, a União Europeia compromete-se a atingir a neutralidade das emissões de carbono até 2050, o objetivo definido no Acordo de Paris, assinado por 195 países, em 2016.

Chegar à neutralidade carbónica significa atingir o ponto de equilíbrio – ou seja, um balanço neutro ou balanço zero – entre as emissões de gases com efeito de estufa (nocivos) e o seu sequestro da atmosfera.

“Queremos caminhar para a neutralidade carbónica, incentivar os cidadãos para adotarem estilos de vida mais sustentáveis”, insistiu Vítor Aleixo, acrescentando que este desafio é lançado “a toda a comunidade, às empresas, às famílias e aos cidadãos”.

O protocolo de colaboração assinado entre a Câmara de Loulé também inclui como eixos de ação a desenvolver a integração do município na rede de cidades neutras em carbono, a quantificação do ‘stock’ de carbono e o potencial de sequestro pela biomassa vegetal e ainda a apresentação de propostas de “medidas transversais de justiça climática na gestão autárquica”.





Notícias relacionadas



Comentários
Loading...