Mineradores atacam base do Governo brasileiro em território indígena invadido
Um grupo de mineradores ilegais atacou uma base das autoridades ambientais no território indígena Yanomami, na amazónia brasileira, numa ação que terminou com um ferido, informaram fontes oficiais nesta sexta-feira.
O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) explicou, num comunicado, que uma de suas bases localizadas às margens do rio Uraricoera foi atacada a tiro na quinta-feira por um grupo de mineradores ilegais que navegavam numa canoa e aparentemente tentavam sair do território Yanomami.
As autoridades reagiram, um minerador ficou ferido e caiu à água, tendo sido socorrido e detido, enquanto o restante do grupo fugiu e entrou na reserva indígena.
Nesta região, a maior reserva indígena do país, foi decretado estado de emergência no mês passado, depois de o Governo do Presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, empossado em 01 de janeiro, ter constado a existência de uma grave crise humanitária.
Segundo as autoridades brasileiras, a terra Yanomani, habitada por cerca de 30 mil indígenas, foi invadida por cerca de 20 mil mineradores ilegais que devastaram grande parte da região e contaminaram os rios com mercúrio e outros materiais tóxicos que utilizam em suas atividades.
Isso teve impacto direto no ecossistema e também na alimentação dos indígenas, que apresentavam desnutrição maciça, uma situação que haviam denunciado ao Governo anterior, presidido por Jair Bolsonaro, que incentivava a exploração de minérios em toda a Amazónia e ignorou os avisos.
Após revelar essa crise, o novo Governo ordenou a retirada imediata dos mineradores da terra Yanomami, o que, conforme noticiado na quinta-feira, foi parcialmente cumprido.
De acordo com o ministro da Justiça, Flavio Dino, estima-se que cerca de 2.000 garimpeiros ainda resistam a deixar o território e insistem em continuar as suas atividades ilegais no meio da selva, apesar da presença maciça de procuradores e promotores na área, agentes e autoridades policiais.