Dia Mundial dos Oceanos: MARE apela à redução de plástico no mar
Sabia que há plástico nas microesferas incluídas em grande parte dos produtos de cuidado e higiene pessoal? E que a lavagem de roupa sintética também dá origem aos microplásticos? Sabia que todos os dias são escoadas toneladas de plástico nos rios de todo o mundo? A esmagadora maioria acaba nos oceanos. Sob a forma lixo, em grandes ou pequenos formatos, estima-se que, anualmente, se despejem mais de 12 milhões de toneladas de plásticos no mar. No Dia Mundial dos Oceanos, o MARE – Centro de Ciências do Mar e do Ambiente reforça a urgência de uma mudança de atitude.
Segundo a mesma fonte, a presença de plástico nos oceanos “é uma ameaça mundial e envolve todos os estratos sociais – dos consumidores aos decisores políticos, passando pelas entidades reguladoras, cabe a todos a missão de minimizar as sequelas da sua existência”.
“Ao contemplarmos a superfície do Oceano não temos a perceção da quantidade de plástico que nele tem vindo a ser descartado”, explica a investigadora do MARE, Paula Sobral, citada em comunicado. “Para além do que, infelizmente, podemos detetar a olho nu, e do que sabemos que se foi alojando no fundo do mar ao longo dos tempos, existem ainda os plásticos de pequenas e microdimensões de impacto tão ou mais nefasto”, acrescenta.
“Um risco para a biodiversidade e para a saúde, que cresce de forma alarmante”, salienta o comunicado. Para o MARE, “é fundamental que se aposte na investigação e na tecnologia”. Os números “são claros”: passámos de uma estimativa de 8 milhões de toneladas anuais, só nos oceanos, o equivalente a um camião por minuto, para mais de 12. “Se nada for feito, estes números vão escalar – a OCDE previu, recentemente, a triplicação do recurso ao plástico até 2060”, avisa.
Para a investigadora do MARE, o Tratado Global para os Plásticos aprovado em março de 2022 na Assembleia do Ambiente das Nações Unidas pode alterar o curso da História. “Trata-se de um instrumento juridicamente vinculativo que visa acabar com a poluição por plásticos até 2040. Contempla diferentes medidas, com foco na economia circular, na sustentabilidade e na otimização da gestão de resíduos. Medidas que, a serem cumpridas, podem contribuir para a redução de parte do mal que tem vindo a ser feito”.