Parque Marinho dos Açores vai contemplar em breve novas áreas protegidas
O Parque Marinho dos Açores vai contemplar, “muito em breve”, novas áreas marinhas protegidas oceânicas (‘offshore’) que permitirão “salvaguardar 30% do mar dos Açores”, sendo “metade dessa área totalmente interdita a qualquer atividade extrativa”, adiantou ontem o Governo Regional.
A informação é avançada numa nota de imprensa da presidência do Governo Regional publicada no ‘site’ oficial do executivo dos Açores (PSD/CDS-PP/PPM) a propósito do Dia Mundial dos Oceanos, que se assinalou ontem com o tema “Planeta Oceano: As marés estão a mudar”.
De acordo com a nota, esta “nova rede será um instrumento fundamental na recuperação e conservação da biodiversidade marinha, a partir da qual se poderá criar uma verdadeira economia azul sustentável”.
O Governo Regional garante que está igualmente “empenhado na reestruturação” do setor das pescas, por forma “a reduzir o impacto das novas restrições, a aumentar a produtividade, a sustentabilidade e os rendimentos dos profissionais, valorizando o setor e os produtos”.
Há um ano, na Conferência das Nações Unidas para os Oceanos, os Açores comprometeram-se a proteger, até ao final de 2023, 30% do mar açoriano, através de Áreas Marinhas Protegidas.
“Através do Programa Blue Azores, temos trabalhado ativamente na liderança pelo exemplo, antecipando em sete anos a meta internacional 30 por 30 (30% do oceano protegido até 2030)”, recorda o executivo na mesma nota de imprensa.
Em Dia Mundial dos Oceanos, o Governo Regional salienta a necessidade de proteger este ativo, que está sujeito a “enormes ameaças”, sublinhando que “enquanto povo atlântico, os açorianos devem a sua identidade e grande parte do seu modo de vida ao mar dos Açores”.
“O capital natural azul do mar açoriano, com quase um milhão de quilómetros quadrados de Zona Económica Exclusiva, faz desta região uma das zonas mais valiosas a nível mundial”, vinca.
O Governo dos Açores destaca ainda as “décadas de investigação” que se tem realizado na região e que tem fornecido “uma base científica inequívoca quanto à importância de uma colaboração comunitária para a sua proteção, valorização e promoção”.
Por outro lado, o executivo açoriano sublinha que a data, que assinala o Dia Mundial dos Oceanos, serve também como “um momento para destacar a necessidade de se adotarem políticas e práticas que promovam, efetivamente, a preservação e o uso sustentável dos oceanos”.
“O tempo de agir é agora! Temos a informação, a tecnologia e as ferramentas necessárias para que, nesta “mudança da maré”, consigamos colocar o Oceano em primeiro lugar, assumindo as nossas responsabilidades de região mais oceânica de Portugal e da União Europeia”, defende o Governo dos Açores.
Apesar de um mar “tão único, rico e abundante”, este ativo é “frágil”, já que o oceano está perante “enormes ameaças”, como a poluição marinha, a acidificação dos oceanos, a pesca excessiva, as alterações climáticas e a degradação dos ecossistemas costeiros, alerta ainda, lembrando que estes problemas afetam a vida marinha e a vida humana, uma vez que os oceanos desempenham “um papel crucial no sustento de muitas comunidades e economias”.
“É a ciência que nos demonstra que os ecossistemas do Mar dos Açores são lugares frágeis e que precisam de proteção”, lê-se na nota da presidência do Governo açoriano, frisando que o Dia Mundial dos Oceanos “é uma oportunidade para educar, inspirar e mobilizar as pessoas de todo o mundo a trabalharem juntas na conservação e proteção do Planeta Oceânico”.