Museu de História Natural do Porto recebe exposição sobre a “fragilidade da beleza” das plantas



A partir do dia 18 de julho e até 30 de setembro, a Galeria da Biodiversidade – Centro de Ciência Viva, do Museu de História Natural e da Ciência da Universidade do Porto, recebe a exposição ‘Sobre as ervas, entre as folhagens’, da autoria da artista plástica Assunção Melo.

O objetivo é transmitir aos visitantes a beleza das espécies vegetais através de trabalhos que mostram as suas ‘impressões digitais’, recorrendo a diversas técnicas: a impressão direta das folhas ou plantas no papel, o contorno delineado das mesmas, ou o registo pós-observação.

As obras resultam dos encontros e sobreposições de cores e de formas, em que os protagonistas, segundo Assunção Melo, citada em comunicado da Universidade do Porto, são “as plantas, as folhas e ramos, as flores, as ervas”.

Neste detalhe de uma das obras que estará e exposição é visível a ‘impressão digital’ de uma planta.
Foto: Universidade do Porto

Explica a artista que as formas criadas “tentam apropriar-se da vida do jardim, em que as plantas crescem livremente e os dias de sol desenham sombras onde querem”, e acrescenta que “a surpresa e diversidade, a riqueza formal e cromática, a individualidade de uma simples erva ou folha, são neste momento, um motivo de fascinação para mim”.

O mundo vegetal passa muitas vezes despercebido, e podemos caminhar sobre ele sem determos nele o nosso olhar. É precisamente sobre essa “insignificância magnífica, esse brilho involuntário, essa surpresa e diversidade que quero debruçar-me”, afirma Assunção Melo, e diz que este trabalho artístico é também uma forma de tornar permanente “a fragilidade da beleza e da vida”.

De acordo com a técnica utilizada por Assunção Melo, a pintura a óleo “é realizada sobre o vidro acrílico”. O que significa que a primeira camada ou a primeira intervenção é, efetivamente, o que fica visível, contrariamente a “um processo normal”, em tela, sobre a qual se vão sobrepondo camadas até se tornar visível o resultado pretendido.

É uma técnica que avança “totalmente pelo inverso do suporte”, diz a artista, e é observável “através da superfície, cuja transparência, enquanto permite a visibilidade, cria igualmente uma barreira”.

Explica que este método permite perceber todo o processo da pintura, tornando visíveis as sucessivas camadas, inclusivamente aquela de que a artista se apercebeu, ao afixar os trabalhos. “O ambiente envolvente e o jardim que entra nas salas pelas janelas, é refletido pelo próprio suporte, sendo assim adicionado à pintura e tornando-se nela participante.”

A exposição poderá ser visitada a partir de dia 18, de terça-feira a domingo, das 10h00 às 13h00 e das 14h00 às 18h00, e a entrada é gratuita.





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