Primark diz que “é incorreto afirmar” que maioria das roupas doadas a grandes cadeias acabam “destruídas”



As alegações acerca da Primark “são enganosas e imprecisas” e “é incorreto afirmar, incluindo a Primark nestes retalhistas, que a maioria das roupas doadas a grandes cadeias, como H&M, C&A e Primark, acabam ‘destruídas’, ‘abandonadas’ ou ‘em destino incerto em África’”, esclarece a empresa em comunicado.

A mesma fonte informa que, relativamente ao relatório desenvolvido pela organização CMF – Changing Markets Foundation, no qual a Primark é referida, “não foi contactada pela Changing Markets Foundation” antes da sua publicação e “não há nada que demonstre que o artigo de vestuário referido no esquema de retoma da Primark tenha sido deitado fora ou descartado”.

“Aliás”, acrescenta, o artigo (um Hoodie) “está atualmente no armazém de um revendedor de vestuário na Hungria e pronto para ser revendido”. Através da parceria da Primark com a Yellow Octopus, “apenas é autorizada a revenda de roupa num pequeno número de países aprovados na Europa e a Yellow Octopus tem uma política de não deposição em aterro”, explica. “Por isso”, acusa, “é enganador sugerir que a roupa que integra o esquema de retoma da Primark acaba abandonada ou descartada em África”.

“O nosso esquema de retoma é gerido pela Yellow Octopus, uma organização especialista em reciclagem de tecidos com uma política de não deposição em aterro e, juntos, tomamos várias medidas para garantir que as roupas doadas através do esquema de retoma sejam geridas de forma responsável. Acreditamos que o hoodie seguiu os procedimentos definidos e está agora num revendedor de roupas em Budapeste, na Hungria”, garante Lynne Walker, Diretora da área Primark Cares, citada em comunicado.

Este esclarecimento surge depois de uma investigação, da responsabilidade da organização “Changing Markets Foundation”, com sede nos Países Baixos, e citada pela Lusa, ter indicado que várias cadeias internacionais “deitam fora roupas [em perfeitas condições] que prometeram salvar”.

A organização não-governamental (ONG) explica num comunicado que usou “air tags” da Apple (dispositivos que enviam a localização) e assim conseguiu rastrear 21 peças de roupa usada, em perfeitas condições. Os artigos foram doados às lojas H&M, Zara, C&A, Primark, Nike, The North Face, Uniqlo e M&S na Bélgica, França, Alemanha e Reino Unido, e outros doados a uma grande cadeia de vendas online.

Grandes marcas comprometem-se a reciclar, produzir menos resíduos, acabar com produtos químicos perigosos, e fazem ofertas para quem entregar roupa em segunda mão, que dizem será para reciclar ou reutilizar, mas, segundo a organização, três quartos dos artigos (16 em 21) foram destruídos, deixados em armazéns ou exportados para África, onde cerca de metade da roupa usada é retalhada para outras utilizações ou abandonada.

 

 

 

 

 

 





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