Um décimo das espécies animais do Brasil em risco de extinção
Um décimo das espécies animais do Brasil está em risco de extinção em algum grau, segundo uma plataforma lançada na quarta-feira pelo Governo brasileiro que inclui dados sobre 14.785 espécies.
De acordo com a Plataforma de Avaliação do Risco de Extinção da Fauna (Salve), uma plataforma virtual lançada hoje na sede do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) em Brasília, 10,8% das espécies do país estão criticamente ameaçadas, em perigo, vulneráveis ou quase ameaçadas.
A plataforma descreve 364 espécies, 2,5% do total, como criticamente em perigo; outras 428 como em perigo (2,9%), 469 como vulneráveis (3,2%) e 320 como quase ameaçadas (2,2%).
Das espécies listadas, seis já estão extintas, uma está extinta na natureza (restam exemplares em cativeiro) e três estão extintas nas suas regiões de habitat.
De acordo com a plataforma, a grande maioria das espécies brasileiras (11.767 ou 79,6%) está numa situação “menos preocupante” em termos de ameaças de extinção, e para outras 1.207 (8,2%) não há dados suficientes para indicar o grau de ameaça que enfrentam.
De acordo com a plataforma, entre as espécies ameaçadas, 270 são invertebrados terrestres, 291 peixes terrestres, 256 aves, 102 peixes marinhos, 90 mamíferos, 78 invertebrados de água doce, 71 répteis, 59 anfíbios, 32 invertebrados marinhos e 12 mamíferos aquáticos.
Entre as 364 espécies mais ameaçadas ou criticamente em perigo encontram-se peixes de água doce, como a garoupa (Epinephelus itajara), macacos, como o saki de barba preta (Chiropotes satanas) ou o mico-careca (Saguinus bicolor), as araras americanas (Mazama americana) e anfíbios, como a tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea).
Também se destacam aves como a arara-azul (Cyanopsitta spixii), uma das mais conhecidas do Brasil.
Até ao momento, a plataforma catalogou 5.513 espécies de um total de 14.785 existentes no país, pelo que o número de espécies ameaçadas pode aumentar à medida que os estudos avançam.