Provas de ADN em cães podem ajudar a localizar criminosos



Os cães são frequentemente utilizados para localizar criminosos, mas os investigadores de ciências forenses afirmam que também podem ajudar a fornecer provas cruciais nas investigações policiais – por serem testemunhas ou residirem no local do crime.

O novo estudo australiano, realizado por investigadores de Victorian e da Austrália do Sul, alarga as oportunidades de o ADN ajudar nas investigações de atividades criminosas, aumentando o conhecimento sobre a presença e a transferência de ADN humano em animais de companhia, como cães e gatos.

Heidi Monkman, investigadora da Universidade de Flinders, em colaboração com Roland van Ooorschot, do Departamento de Serviços Forenses da Polícia de Victoria, e Bianca Szkuta, da Universidade de Deakin, recolheram ADN humano de 20 cães de estimação de várias raças, provenientes de vários agregados familiares.

Este estudo preliminar realizado em Deakin mostrou que o ADN humano pode ser recolhido em todas as zonas dos cães que foram objeto de amostragem, embora algumas zonas forneçam consistentemente mais ADN do que outras, como a cabeça e o dorso.

“Este estudo demonstrou que o ADN humano pode ser transferido para os cães após o contacto com a mão de uma pessoa e que pode ser transferido dos cães para uma superfície de contacto, como durante as palmadas e os passeios”, afirma a primeira autora Heidi Monkman, da Faculdade de Ciências e Engenharia da Universidade de Flinders.

Segundo a especialista, “esta informação pode ajudar as pessoas que investigam atos criminosos em que estão envolvidos cães a considerar situações em que pode ser útil recolher amostras de ADN humano de um cão”.

“Mostrou também que os investigadores podem ter de considerar os cães como um vetor de transferência indireta de ADN humano em determinados cenários”, acrescenta.

Para além do(s) proprietário(s) do cão e das pessoas que vivem na mesma casa, o estudo também encontrou ADN de fontes desconhecidas, o que exigiu uma investigação mais aprofundada.

Os animais em ambientes domésticos “podem ser vítimas, infratores ou partes inocentes associadas a um crime, mas o nosso conhecimento sobre a transferência, persistência, prevalência e recuperação do ADN humano (ADN TPPR) associado aos animais domésticos é muito limitado”, afirmam os investigadores.

Estão a ser realizados mais trabalhos sobre a transferência de ADN humano de e para animais de companhia na Universidade de Flinders para aprofundar os conhecimentos e fornecer dados que ajudarão os investigadores forenses e os árbitros legais.





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