Mais de 20% das espécies selvagens encontradas em locais que são Património Mundial



Aproximadamente um quinto de todas as espécies selvagens de plantas e animais do planeta ocorrem em locais classificados pela UNESCO como Património Mundial, embora a área total conjunta represente apenas 1% da superfície da Terra.

Num relatório divulgado esta quinta-feira, elaborado pela UNESCO e pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN), é estimado que os locais que são Património Mundial albergam cerca de 75 mil espécies de plantas e mais de 30 mil espécies de mamíferos, aves, peixes, répteis e anfíbios.

Desse todo, 20 mil são espécies ameaçadas, incluindo um terço de todos os elefantes, tigres e pandas, bem como pelo menos um décimo de todos os grandes símios, girafas, leões e rinocerontes.

Rinoceronte-de-sumatra (Dicerorhinus sumatrensis), espécie Criticamente em Perigo.
Foto: International Rhino Foundation / Wikimedia Commons (licença CC BY 2.0)

Dizem os relatores que os locais classificados como Património Mundial “são fundamentais para a conservação da integridade e biodiversidade dos ecossistemas”, salientando também que 20% das áreas de importância cultural classificadas estão localizadas em áreas-chave de biodiversidade.

Ainda assim, reconhecem que, mesmo protegidos, esses locais são ameaçados pelas alterações climáticas e por pressões humanas, “incluindo a expansão agrícola, o desenvolvimento de infraestruturas, a caça furtiva, a sobre-exploração de recursos e a proliferação de espécies invasoras”.

Estima-se que 16 locais naturais que são Património Mundial estejam atualmente em risco por causa desses fatores de ameaça, isolados ou em combinação.

Gorila-das-montanhas (Gorilla beringei beringei), espécie Em perigo.
Foto: Thomas Fuhrmann / Wikimedia Commons (licença CC BY-SA 4.0)

Para Tim Badman, responsável de Património e Cultura da UICN, os locais que são Património Mundial da UNESCO “são fundamentais para a preservação dos ecossistemas e espécies mais importantes do mundo”, promoverem “a integridade dos ecossistemas” e “conservação em larga-escala”.

Algumas dessas áreas são mesmo os últimos redutos de várias espécies no limiar da extinção, como o rinoceronte-de-java (Rhinoceros sondaicus), a vaquita (Phocoena sinus), a iguana-rosada (Conolophus marthae), o rinoceronte-de-sumatra (Dicerorhinus sumatrensis), o orangotango-de-sumatra (Pongo abelii) e o gorila-das-montanhas (Gorilla beringei beringei).

De acordo com a UNESCO e a UICN, “a biodiversidade e a diversidade cultural estão interligadas”, uma vez que os locais que são Património Mundial “oferecem importantes serviços de ecossistema a povos indígenas e comunidades locais, como proteção de recursos e de locais de importância religiosa e cultural, além de disponibilizarem empregos e rendimentos através de atividades sustentáveis”.





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