Carros, clamídia e cães são os maiores responsáveis pela morte dos coalas



Uma base de dados que regista as admissões hospitalares e as mortes revela o impacto devastador que os automóveis, as doenças e os cães estão a ter na população de coalas do Sudeste de Queensland.

O Professor Joerg Henning e os seus colegas da Escola de Ciências Veterinárias da Universidade de Queensland analisaram os dados da KoalaBASE, desenvolvida pela UQ.

“Os atropelamentos, os ataques de cães e as doenças provocadas pela clamídia estão a ferir e a matar um número incrível de coalas em todo o Sudeste de Queensland”, afirmou Henning.

Segundo o responsável, nos cinco anos entre 2009 e 2014, 52% das mortes de coalas selvagens relatadas foram causadas por atropelamentos, 34% por doenças relacionadas à clamídia e 14% por ataques de cães. “Isso equivale a 1.431 mortes de coalas por atropelamento, 943 mortes relacionadas à clamídia e 395 mortes por ataque de cães em apenas cinco anos”, afirmou, alertando para o facto de que estas mortes “são apenas os casos registados, pelo que os números reais seriam significativamente mais elevados”.

O KoalaBASE tem vindo a recolher dados desde 1997 em 15 áreas governamentais locais, desde a Costa de Fraser até Scenic Rim e Darling Downs e South Burnett.

Ravi Dissanayake efetuou a análise inicial, supervisionado por colegas da UQ e pelo Professor Mark Stevenson da Universidade de Melbourne.

Os dados considerados na análise incluíram números de registo de cães, a população humana e informações sobre habitações, bem como o tipo e o comprimento das estradas.

“Esta análise é um ponto de partida útil para abordagens mais proactivas à gestão do risco de mortalidade evitável dos coalas selvagens”, explica o Professor Stevenson.

Políticas que poderiam reduzir o impacto de carros e cães nas populações de coalas

“Há muitas políticas que poderiam reduzir o impacto de carros e cães nas populações cada vez menores de coalas selvagens do sudeste de Queensland”, acrescenta.

Já Henning sugere que mais sinais de trânsito poderiam alertar os motoristas para reduzir a velocidade em áreas conhecidas de habitat e atividade dos coalas.

“A construção de passagens superiores e inferiores é também essencial para garantir a deslocação segura dos coalas através do seu habitat”, sublinhou.

Henning diz ainda que “as campanhas de informação poderiam ajudar a reduzir o número de ataques de cães a coalas, lembrando aos donos que devem prender os seus cães ou mantê-los em áreas vedadas – é de importância vital reduzir as mortes de coalas causadas por cães”.

“A nossa investigação incluiu muitos mapeamentos, pelo que estamos agora interessados em trabalhar com os decisores políticos para identificar áreas específicas onde os esforços de intervenção podem ajudar a reduzir as mortes dos coalas”, conclui.





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