Oceanário de lisboa é parceiro da SSC na conservação de espécies marinhas
A SSC tem como objetivo promover a colaboração e integração entre a comunidade global de conservação de espécies, e entre estes e as agências governamentais, para reverter o declínio da biodiversidade, através de uma estratégia integrada – “One plan Approach”.
Através de uma Declaração de Posição publicada nesta quarta-feira, 11 de outubro, a Comissão de Sobrevivência das Espécies (SSC) da União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) reconhece e aplaude com orgulho as contribuições significativas dos jardins botânicos, aquários e jardins zoológicos na sua missão crítica de conservação de animais, fungos e plantas selvagens, foi divulgado em comunicado.
Segundo a mesma fomte, numa era de evolução do panorama da conservação, a SSC reconhece o papel fundamental que estas instituições desempenham no cruzamento dos esforços de conservação ex situ e in situ, ou seja, tanto nos habitats naturais como fora deles.
Estes contributos abrangem atividades como o trabalho científico em áreas como a genética aplicada, o estudo comportamental e a veterinária, o cuidado animal ex-situ, a reintrodução e a translocação de espécies na natureza, a investigação, a educação e o envolvimento da comunidade, o desenvolvimento de políticas, o acesso a experiências na natureza e o financiamento da conservação.
O Oceanário de Lisboa é um dos Centro para a Sobrevivência de Espécies da UICN, integrado na rede da Comissão de Sobrevivência de Espécies e, como parceiros principais da SSC, os Centros têm equipas de especialistas que catalisam a conservação das espécies. Juntos, estes Centro para a Sobrevivência de Espécies avaliam o risco de extinção de espécies e reunem especialistas e comunidades no planeamento e na tomada de medidas para recuperar populações e garantir um futuro em que todos possamos prosperar.
“O Oceanário incorpora diversos papéis na conservação de espécies destacados pela Declaração de Posição do SSC sobre o Papel dos Jardins Botânicos, Aquários e Zoológicos na Conservação de Espécies e, enquanto Centro para a Sobrevivência de Espécies, desempenha uma papel especialmente relevante para o conhecimento da biodiversidade marinha e para a avaliação de espécies, a fim de travar uma crise de extinção iminente”, destaca Núria Baylina, Curadora e diretora de biologia e conservação do Oceanário de Lisboa.
Esta Declaração de Posição da SSC da UICN sobre o papel dos Jardins Botânicos, Aquários e Zoos é o resultado de um processo extenso, colaborativo e interativo, liderado pela SSC e um comité diretivo, e que envolveu grupos de trabalho dedicados, com peritos de vários sectores no domínio da conservação das espécies, e consulta pública.
“Os jardins botânicos, aquários e jardins zoológicos fazem parte da UICN desde a criação da União em Fontainebleau, a 5 de outubro de 1948. Ao comemorarmos o 75.º aniversário, apresentamos à comunidade de conservação mais alargada, e a todas as instituições que gerem animais, fungos e plantas ex situ, a nossa Declaração de Posição da Comissão de Sobrevivência das Espécies da UICN sobre o Papel dos Jardins Botânicos, Aquários e Zoológicos na Conservação das Espécies”, afirma Jon Paul Rodríguez, Presidente da SSC.
“Por um lado, reconhecemos e celebramos as suas grandes contribuições para inverter o declínio de centenas de espécies e para estabelecer padrões para as manter sob cuidados humanos. Tais contributos demonstram a experiência, o conhecimento e a inspiração necessários para mobilizar ações e conseguir recuperar animais, fungos e plantas do limiar da extinção. Por outro lado, convidamos as instituições que ainda não atingiram o nível das instituições líder neste domínio a refletirem sobre os meios para cumprirem verdadeiramente os seus objetivos de conservação. Embora seja claro que as abordagens ex situ são um elemento fundamental na nossa caixa de ferramentas de conservação, devemos sempre estar conscientes que o objetivo final é assegurar que todos os animais, fungos e plantas prosperam na natureza, coexistindo com os seres humanos num gradiente que vai desde ambientes urbanos e paisagens dominadas pelo homem, até locais remotos e imaculados onde a influência humana é quase impercetível”.
Nesta perspetiva, Razan Al Mubarak, Presidente da UICN, também se congratulou com a declaração do SSC indicando que: “Tenho estado pessoalmente envolvida nos esforços para inverter os declínios populacionais e melhorar o estado de conservação das espécies, e as histórias de sucesso inspiradoras que vi dão-me esperança. Nunca é demasiado tarde. As espécies podem recuperar na natureza, se lhes for dada uma oportunidade em populações ex-situbem geridas, tais como as as mantidas por jardins zoológicos, jardins botânicos e aquáriosA Declaração de Posição da SSC da UICN sobre o Papel dos Jardins Botânicos, Aquários e Zoológicos na Conservação de Espécies reconhece o papel de liderança que estas organizações já desempenham na ciência e na prática da conservação, e convida todas as entidades a atingir todo o seu potencial, trabalhando em conjunto com os governos e parceiros-chave para alcançar coletivamente a “One Plan Approach “da IUCN” – uma estratégia unificada para salvar espécies do limiar da extinção.
O documento inclui também uma fundamentação da Declaração, juntamente com uma lista de exemplos de papéis que os jardins botânicos, aquários e jardins zoológicos podem desempenhar, e desempenham, na conservação de espécies selvagens. Esta declaração de posição do SSC contribui diretamente para a implementação da Resolução WCC-2020-Res-079 sobre a ligação dos esforços in situ e ex situ para salvar espécies ameaçadas.
Complementa igualmente posições semelhantes adotadas pela CITES e pela CBD através da Estratégia Global para a Conservação das das Plantas e através da referência explícita ao ex situ no novo objetivo 4 do Quadro Mundial para a Biodiversidade.