AM de Lisboa recomenda “inspeção exaustiva” das árvores mais antigas na cidade



A Assembleia Municipal de Lisboa recomendou ontem à câmara a realização de “uma inspeção exaustiva” das espécies arbóreas mais antigas, e a preservação do património arbóreo, do Parque Florestal de Monsanto e dos jardins e matas da cidade.

Por proposta do MPT, a assembleia aprovou, por unanimidade, recomendar ao executivo municipal que promova a inspeção regular do arvoredo existente, com uma periodicidade máxima de pelo menos dois anos, para “detetar atempadamente possíveis situações de risco”, lembrando a queda de “mais uma árvore de grande porte” no passado dia 08 de fevereiro, em cima do telhado da Escola Básica de Santo Amaro, na freguesia de Alcântara.

Outras das recomendações é para que a câmara “proceda, com caráter de urgência, a uma inspeção exaustiva de todas as espécies arbóreas mais antigas existentes”, para avaliar o estado de saúde e integridade física das árvores, bem como o risco potencial para pessoas e bens.

Com o voto contra do PAN, a assembleia aprovou outros dois pontos propostos pelo MPT, nomeadamente a remoção de árvores com deficiências estruturais, com declínio acentuado ou que pela sua espécie não sejam as mais indicadas para serem plantadas nos arruamentos, substituindo-as por outras, de preferência autóctones e adaptadas às condições naturais de Lisboa.

O PEV também apresentou uma recomendação, aprovada por unanimidade, para que a câmara “tome as diligências necessárias com vista à valorização e preservação do património arbóreo existente, do Parque Florestal de Monsanto e dos jardins e matas da cidade”.

Neste âmbito, a câmara deve pugnar para que os projetos urbanísticos integrem o património arbóreo existente, ter como prioridade a criação de novos espaços verdes, promover a plantação de novas árvores e proceder a “um efetivo e consistente investimento na Escola de Jardinagem, enquanto principal campo de formação e qualificação de jardineiros para o desempenho de funções na autarquia, e na revitalização dos viveiros municipais”.

O PEV sugere ainda um ponto de situação sobre o registo georreferenciado do arvoredo da cidade, a revisão do Regulamento Municipal do Arvoredo e ações de sensibilização junto da população sobre a importância e os benefícios das árvores em meio urbano.

O grupo municipal do PS apresentou uma recomendação pela reabertura do LxCRAS – Centro de Recuperação de Animais Silvestres de Lisboa ao fim de semana e dias feriado, que foi aprovada com os votos contra de CDS-PP, a abstenção de PSD, IL e Chega e os votos a favor de BE, Livre, PEV, PCP, uma deputada independente dos Cidadãos Por Lisboa (eleito pela coligação PS/Livre), PS, PAN e MPT.

No âmbito da apreciação da petição pela reposição do normal funcionamento do Polo do Bairro da Boavista – Unidade de Saúde de Monsanto, a assembleia aprovou, por unanimidade, pedir à câmara que “exorte o Ministério da Saúde” a dotar esta unidade de saúde dos meios técnico e dos recursos humanos necessários para possibilitar o ser regular funcionamento e, em conjunto com o Governo e com as Juntas de Freguesia, estude e formalize um quadro de incentivos, que inclua, por exemplo, “habitação para médicos que aceitem integrar os quadros clínicos em unidades de saúde que servem os bairros mais periféricos de Lisboa”.

A propósito dos dois anos da invasão russa da Ucrânia, a assembleia aprovou um voto apresentado pelo CDS-PP de saudação à Ucrânia pelo segundo aniversário de resistência à invasão russa, que teve os votos contra de PEV e PCP, e uma moção do PSD “pela paz, em defesa da soberania e integridade territorial da Ucrânia e contra a guerra de agressão e conquista militar russa”, viabilizada com a abstenção de PEV e PCP.

O PCP apresentou um voto de condenação da política de instigação e prolongamento da confrontação e da guerra e de exigência de uma política de paz e cooperação, que refere os conflitos na Ucrânia e na Palestina, mas o mesmo vai ser discutido na próxima reunião.





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