Cientistas já reciclam betão a partir dos relâmpagos



A produção de betão, é sabido, representará entre 8 a 15% das emissões globais de CO2, colocando vários problemas no processo, entre os quais a dificuldade de reciclagem. Só na Alemanha, em 2010, foram produzidas 117,9 milhões de toneladas de resíduos de construção, à medida que novas estradas e pontes vão sendo construídas, edifícios e paredes deitados abaixo.

Mas este ciclo vicioso  poderá estar perto de ser solucionado. Ou pelo menos parte. Cientistas do Concrete Technology Group de Holzkirchen, na Alemanha, descobriram uma nova abordagem para reciclar betão com uma eficiência até agora nunca vista: com relâmpagos.

Hoje, a reciclagem do betão é um método que produz incríveis quantidades de pó, para além de ser pouco eficiente. O relâmpago pode mudar esta situação. Segundo a teoria, e quando a electricidade atinge os escombros, um raio viaja ao longo de um caminho de menor resistência: as barreiras entre o cascalho e a pedra de cimento. Isso rompe o betão, separando os seus componentes fundamentais, para uma reciclagem máxima (como pode ver na foto).

E isto não é apenas teoria. Os pesquisadores já conseguem criar relâmpagos em laboratório que ajudam a reciclar 900 kg de betão por hora, mas querem chegar às 18 toneladas por hora, para atingir uma eficiência optimizada. Dentro de dois anos, de acordo com os cientistas, esta eficiência poderá estar alcançada.

Se os cientistas estiverem correctos, estaremos perante uma revolução na reciclagem de betão em todo o mundo, o que significará menos novo betão fabricado e uma – teorética – descida das emissões globais de CO2.





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