Redescoberta planta que não era vista há quase 170 anos em Portugal



Um grupo de investigadores do Centro de Ciências Marinhas da Universidade do Algarve (CCMAR) redescobriu uma espécie de planta aquática cujo último registo em Portugal data de 1853, considerada extinta desde 1855.

Trata-se da Althenia filiformis, uma planta pequena e pouco conspícua que ocorre, segundo os cientistas, em habitats de água salgada com pouca profundidade que tendem a secar nos meses mais quentes do ano, como é o caso de salinas.

Fonte: Frade et al. (2024). Rediscovery of Althenia (Potamogetonaceae) in Portugal, 168 years after the last collection. Aquatic Botany, vol 195

Em comunicado, é-nos dito que por não se tratar de uma espécie “especialmente carismática” e que “talvez por isso tenha passado despercebida este tempo todo”.

Num artigo publicado na revista ‘Aquatic Botany’, os cientistas revelam que foram identificados núcleos de A. filiformis no estuário do rio Mondego, na região centro do país, e em vários locais da zona húmida do Parque Natural da Ria Formosa, a sul. No entanto, e equipa acredita que é possível que a planta ocorra noutros pontos de Portugal, mas ainda está por ser descoberta.

Registos anteriores dessa espécie cingiam-se à região sul do país, pelo que a documentação da sua ocorrência no centro de Portugal é uma estreia.

O trabalho de campo, que se estendeu entre maio de 2021 e abril de 2024, incidiu também sobre o estuário do Tejo, a Ria de Aveiro e Castro Marim, mas não foram encontrados sinais a A. filiformis nesses locais.

Os autores consideram que a redescoberta de uma espécie que se pensava extinta salienta a necessidade de se continuar a investigar áreas menos estudadas e de reforçar medidas de conservação para proteger espécies rara ou negligenciadas em Portugal.





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