Velocidade a que a água sai da torneira pode ter um impacto significativo na propagação de infeções
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Um novo estudo conduzido pela Universidade de Flinders descobriu que a velocidade a que a água sai de uma torneira pode ter um impacto significativo no possível risco de propagação de infeções em hospitais e centros de cuidados a idosos.
A produção de bioaerossóis – ou partículas de água transportadas pelo ar que podem conter bactérias ou vírus – representa uma preocupação significativa para a saúde pública, alertam os especialistas em saúde ambiental.
“Esta investigação realça um fator frequentemente negligenciado no controlo de infeções, aumentando o potencial para um maior controlo de infeções em contextos de cuidados de saúde e espaços públicos”, afirma Claire Hayward, académica adjunta da Flinders, que é agora investigadora de pós-doutoramento a trabalhar na resistência antimicrobiana na comunidade.
“Nos hospitais e nas instalações de cuidados a idosos, os bioaerossóis gerados nas bacias de lavagem das mãos têm sido associados a surtos de infeções associadas aos cuidados de saúde”, sublinha Hayward, autora principal de um novo artigo publicado na revista Building and Environment.
“No entanto, tem havido pouca investigação sobre a forma como os parâmetros de conceção dos lavatórios, como os limitadores de caudal, têm impacto na produção de bioaerossóis e nas vias de transmissão”, acrescenta.
Os resultados do último estudo mostraram que os três limitadores de caudal testados produziram bioaerossóis de tamanho respirável. Embora não tenha havido uma diferença significativa no número de aerossóis e gotículas provenientes da água de origem em função dos diferentes caudais, os caudais mais baixos levaram a um aumento da produção de aerossóis a partir do escoamento e a uma maior contaminação retrógrada do escoamento para a torneira.
Isto sugere que, embora a redução do caudal de água possa ajudar na conservação da água, pode inadvertidamente aumentar a propagação de micróbios potencialmente nocivos.
A autora principal do estudo, a professora Harriet Whiley da Universidade de Flinders, afirma: “Estes resultados realçam a relação complexa entre a conceção das canalizações e o controlo das infeções”.
“Ao otimizar os elementos de conceção, como os arejadores e os caudais, poderemos reduzir os riscos de infeção, mas é necessária mais investigação para identificar as configurações mais seguras e eficazes”, acrescenta.
“O estudo sublinha a importância da colaboração entre designers de produtos, engenheiros e microbiologistas para desenvolver designs de bacias de mãos que equilibrem a funcionalidade com a prevenção de infeções”, explica o Professor Whiley, da Faculdade de Ciências e Engenharia de Flinders.
Uma vez que a transmissão de bioaerossóis continua a ser uma preocupação em ambientes de alto risco, estes conhecimentos podem servir de base a futuras inovações de canalização e políticas de cuidados de saúde, concluem os investigadores.