Câmara de Aveiro volta a exigir fim do aterro sanitário no concelho

A Câmara de Aveiro voltou hoje a exigir o fim do aterro sanitário instalado no concelho, lamentando o atraso na definição de uma nova solução técnica de tratamento de resíduos e noutro local da região Centro.
Em comunicado, a autarquia refere que continua a pressionar o Governo para que o aterro sanitário atualmente instalado na freguesia de Eirol seja encerrado, lembrando que este equipamento está perto de esgotar a sua capacidade e que a Empresa de Resíduos Sólidos do Centro (ERSUC) pretende, até junho de 2028, expandi-lo até uma capacidade de 1.200.000 toneladas.
Citado na mesma nota, o presidente da câmara, Ribau Esteves, diz que é tempo de começar a pensar numa nova solução técnica, que, na sua opinião deverá ser a incineração, noutra localização da região Centro.
“Há mais de duas décadas que os resíduos de vários municípios da região são dirigidos para Aveiro, no aterro sanitário de Taboeira e na Unidade de Tratamento Mecânico-Biológico (UTMB) de Eirol. Uma vez esgotada a capacidade da UTMB e do seu aterro sanitário, o destino dos resíduos deverá passar a ser outro”, defende o autarca.
Na mesma nota, a câmara saúda o Governo pela solução apontada no “Plano de Ação TERRA – Transformação Eficiente de Resíduos em Recursos Ambientais”, apresentada na passada sexta-feira, assumindo a opção de construir uma incineradora na Região Centro, terminando com a deposição em aterro.
Tendo em conta o “enorme atraso do trabalho de estudo, decisão e licenciamento” de uma nova localização de uma UTMB ou de outro tipo de Unidade de Tratamento de Resíduos Urbanos para a Região de Aveiro/Região Centro, a câmara mostra-se disponível para negociar uma solução sólida com cronograma e mecanismo de financiamento definidos que assuma “uma decisão sólida sobre a localização da Unidade de Tratamento que vai substituir a UTMB de Aveiro e o tipo de Unidade de Tratamento”.
A autarquia admite ainda a continuidade da operação da UTMB e do seu aterro, com “condicionante de limitação temporal e a concretização prévia de alguns investimentos que aumentem a sua sustentabilidade ambiental e boa relação com as zonas urbanas envolventes”.
Entre os investimentos exigidos está a construção de um arruamento não urbano paralelo à A1, entre a rotunda da UTMB e a antiga EN 230, integrando uma conduta dedicada aos esgotos da UTMB a ligar diretamente à Estação Elevatória da Águas do Centro Litoral de Eixo (que tem de ser devidamente capacitada), a construção de um nó rodoviário no cruzamento da A1 com o Eixo Rodoviário Aveiro-Águeda, para além da selagem imediata, completa e devidamente cuidada do Aterro Sanitário de Taboeira.