Missão global para desvendar mistérios dos oceanos descobre mais de 800 novas espécies



Oitocentas e sessenta e seis espécies consideradas novas para a Ciência foram descobertas em oceanos de todo o mundo, fruto de uma dezena de expedições por mais de 800 cientistas.

O trabalho foi promovido pela Ocean Census, uma aliança global que quer impulsionar o conhecimento sobre a vida marinha, e, em comunicado, avança que mais espécies atualmente desconhecidas deverão ser identificadas à medida que os trabalhos de investigação continuam.

Encontradas por mergulhadores, submersíveis e veículos remotos, as novas espécies foram descobertas a profundidades de um a 4.900 metros e representam dezenas de grupos taxonómicos. Entre as novidades, estão uma nova espécie de raia em forma de guitarra (género Rhinobatos), descoberta ao largo da costa de Moçambique e da Tanzânia, um caracol marinho batizado com o nome Turridrupa magnifica que apanha presas com um “arpão” venenoso e uma estrela-do-mar de ar alienígena descoberta nas águas gelados do Ártico a cerca de três mil metros de profundidade.

Da lista constam ainda um cavalo-marinho encontrado a 50 metros abaixo da superfície nas águas costeiras da África do Sul, um tipo de lagostas descolorada a 400 quilómetros da costa do Chile e várias noas espécies de corais.

“Demasiadas espécies permanecem no limbo durante anos porque o processo para descrevê-las formalmente é demasiado lento”, diz, em nota, Lucy Woodall, diretora-científica da Ocean Census.

Em média, entre a identificação de um organismo e o seu registo oficial como uma espécie nova podem decorrer 13,5 anos, e durante esse período a espécie pode já ter desaparecido antes mesmo de ser devidamente documentada.

Com uma rede de mais de 400 instituições científicas associadas, a Ocean Census, fundada em 2023, quer tornar a identificação de novas espécies mais célere, com o objetivo de identificar 100 mil novas espécies em 10 anos.

“Estamos a lançar as bases para tornar a descoberta de espécies em grande escala uma realidade, mas o nosso impacto será, em última análise, determinado pela forma como este conhecimento é utilizado para apoiar a proteção marinha, a adaptação climática e a conservação da biodiversidade”, afirma Oliver Steeds, diretor da Ocean Census.





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