Parque Natural das Serras D’Aire e Candeeiros integra Rede de Guardiãs da Natureza

O Parque Natural das Serras D’Aire e Candeeiros vai a integrar a Rede de Guardiãs da Natureza e Desenvolvimento Sustentável do Mundo Rural, uma iniciativa que visa promover o envolvimento e a capacitação de mulheres em territórios rurais.
O projeto, desenvolvido em parceria com a ADIRN (Associação para o Desenvolvimento Integrado do Ribatejo Norte), foi apresentado hoje no auditório Municipal de Alcanena, no distrito de Santarém, pela sua coordenadora, que destacou o papel estratégico das mulheres no desenvolvimento económico e ambiental nas regiões com baixa densidade populacional.
“No fundo, queremos mobilizar o papel das mulheres na sustentabilidade, na natureza e na biodiversidade. Nesse sentido desenhei este projeto para estimular o aparecimento de projetos de empreendedorismo e de iniciativas desenvolvidas por mulheres nos territórios do interior e com baixa densidade populacional”, afirmou Susana Vale, presidente da Business as Nature.
Segundo a responsável, a rede combina sua paixão pessoal pela natureza com a sua vontade de promover o empoderamento feminino nas áreas rurais.
“Aquilo que me motivou foi quilo que é a minha paixão desde de miúda pela natureza e mobilizar o papel das mulheres de uma forma ativa e contribuir para o empoderamento feminino nestas áreas”, explicou.
O projeto do Parque Natural das Serras D’Aire e Candeeiros, situada entre os concelhos de Leiria, Rio Maior, Torres Novas e Tomar, inclui um plano de capacitação com três workshops, nos quais as participantes irão desenvolver projetos ou ideias de negócio para implementar no território.
O programa inclui também formações online através da plataforma NOW, da Fundação para a Ciência e Tecnologia, com 32 horas de formação entre março e junho deste ano.
Segundo a responsável, a meta é formar 20 “guardiãs” com a expectativa de que metade dos projetos concebidos – desde produção agroalimentar (queijos, pães, compotas) a iniciativas culturais, turismo de natureza e educação ambiental – sejam implementados na região.
“São projetos agrícolas, do setor primário e de transformação de produtos agrícolas, seja a produção de pão, queijo, compotas, e outro tipo de produtos da fileira agroalimentar. Mas também existem projetos ligados às tradições, à música, à parte etnográfica e cultural do território, mas também projetos de turismo de natureza. São projetos que promovem o conhecimento do território numa perspetiva da conservação e do conhecimento científico”, explicou.
A dirigente adiantou ainda que numa fase posterior, os projetos vão ser apresentados a potenciais financiadores ou parceiros, com o objetivo de os implementar na região.
“Estamos a contar com cerca de 20 guardiãs que consigam ter 20 projetos e que depois desses 20, metade possam efetivamente ter condições de serem implementados neste território, o que será, para um território com esta dimensão, bastante significativo ter 10 iniciativas desenvolvidas por mulheres”, referiu.
A Rede de Guardiãs da Natureza e Desenvolvimento Sustentável do Mundo Rural iniciou-se em 2023 no Parque Natural do Litoral Norte, Parque Natural de Montesinho, Parque Natural da Serra da Estrela, Reserva Natural das Dunas de São Jacinto/Reserva Natural do Paul da Arzila, Parque Natural do Vale do Guadiana e Parque Natural da Ria Formosa.
Numa segunda fase, que arrancou no final de 2024, vai abranger mais seis novas áreas: estuário do Tejo, Douro Internacional, serras da Lousã e Açor, serra de Aire e Candeeiros, Parque Nacional Peneda Gerês e Tejo Internacional.