Alterações climáticas podem alterar cadeia alimentar marinha
O aumento da temperatura dos oceanos está a colocar em causa a cadeia alimentar dos Oceanos, a começar nos fitoplânctones, conjunto de organismos aquáticos microscópicos, com capacidade fotossintética, e que vivem dispersos na água, flutuando.
Ora, os fitoplânctones são a base da pirâmide da cadeia alimentar marinha, pelo que é de temer uma disrupção, a curto prazo, neste sistema.
“Os fitoplânctones evoluíram muito bem nas temperaturas correntes, mas se não o continuarem a fazer, o aquecimento deste século irá levar a que a sua diversidade nos oceanos tropicais decresça consideravelmente”, explicou Mridul Thomas, autor do estudo da Michigan State University.
Para além de serem a base da cadeia alimentar marinha, estes microrganismos consomem perto de metade do dióxido de carbono que entra na atmosfera, levando-o consigo, para o fundo do mar, quando morrem.
Por isso, disrupções significativas no mundo dos fitoplânctones podem ter uma enorme repercussão no fornecimento de alimento global e na quantidade de dióxido de carbono que fica na atmosfera, acelerando assim as mudanças climáticas.
Ainda que esta teoria seja “especulativa”, como afirma Michael Lemonick, do site Climate Central, a verdade é que os fitoplânctones são altamente sensíveis à temperatura da água. A sua taxa de crescimento reduz-se consideravelmente quando a temperatura da água muda, especialmente quando fica mais quente.
É possível que estes pequenos organismos se adaptem também ao aumento das temperaturas dos Oceanos, mas podem não fazê-lo naturalmente.
“As cadeias alimentares são muito complicadas. Se os fitoplânctones são afectados, isso afectará muitas outras espécies”, conclui Colin Kremer, co-autor do estudo.
Leia – ou releia – a notícia da revista Science.