Brasil torna-se pioneiro ao inserir a educação sobre os oceanos nas escolas

Brasil torna-se pioneiro ao inserir no programa escolar a educação sobre os oceanos, com o apoio da UNESCO, que reforça o papel crucial da educação para a cidadania, anunciou ontem a ONU.
“O Brasil é hoje uma referência global na educação oceânica, e o ‘currículo azul’ mostra que é possível transformar conhecimento científico em políticas públicas concretas, com a participação de educadores, estudantes e comunidades”, afirmou a encarregada sénior de Programas da Comissão Oceanográfica Intergovernamental da Organização das Nações Unidas parea a Educação, a Ciência e Cultura (UNESCO, na sigla em inglês), Francesca Santoro.
A educação sobre os oceanos vai passar a fazer parte do programa escolar no Brasil, após o país ter assinado, na quarta-feira, em Brasília, capital do país, o Protocolo de Intenções para que a cultura oceânica seja matéria escolar, assumindo um protagonismo internacional no tema, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).
O currículo azul vai ser integrado nas escolas de todo o país e adaptado às realidades regionais e locais.
A iniciativa é o resultado da colaboração estratégica entre o Ministério da Educação, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, UNESCO, universidades federais, administrações locais e redes escolares, e encontra-se alinhada à recomendação da diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, para que todos os Estados-membros insiram, até este ano, a cultura oceânica nas escolas. O
O objetivo é uma visão holística do oceano como regulador climático, fonte essencial de vida e catalisador de soluções sustentáveis.
Com oceano consegue-se erradicar a pobreza, promover saúde, cultura, economia, inovação tecnológica e a justiça ambiental.
O copresidente do grupo de especialistas em Cultura Oceânica da UNESCO, Ronaldo Christofoletti, disse que o currículo azul “nasce da escuta ativa e plural da sociedade brasileira”, que demonstra um compromisso com o tema.
A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, explicou que o Ministério tem liderado ações estruturantes em cultura oceânica, como o fortalecimento do Programa Escola Azul, que já mobiliza mais de 100 mil estudantes em todas as regiões do país, a criação de clubes de ciência, a formação de jovens embaixadores do oceano, a expansão internacional da Olimpíada do Oceano, e a articulação de uma rede de universidades comprometidas com a formação de professores.
Brasil acolhe a Conferência das Nações Unidas sobre o Clima (COP30) entre os dia 06 e 07 de novembro deste ano, em Belém, no Pará, que vai decorrer durante a Década das Nações Unidas da Ciência dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável (2021-2030).
A COP30 no Brasil terá de resolver questões relativas ao financiamento dos países em desenvolvimento que ainda estão pendentes e que, segundo especialistas de todo o mundo, se tornarão mais difíceis já que o atual Presidente norte-americano, Donald Trump, retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris num dos primeiros atos administrativos que assinou depois da posse, como já havia feito em 2017, durante o seu primeiro mandato.