Volume de atum com Selo Azul do MSC de pesca sustentável cresce 24% no último ano



O volume de atum vendido com o Selo Azul do Marine Stewardship Council (MSC) cresceu 24% em relação ao ano anterior, atingindo quase 300 000 toneladas em 2024-2025, segundo os novos dados divulgados pelo MSC na edição mais recente do seu Sustainable Tuna Yearbook [Relatório Anual do Atum Sustentável], foi divulgado em comunicado.

Segundo a mesma fonte, os dados abrangem as vendas de atum fresco e congelado, incluído em refeições prontas ou em alimentos para animais de estimação, bem como atum enlatado ou em conserva.

Ao longo do último ano, várias pescarias de atum obtiveram certificação como ambientalmente sustentáveis. Entre elas, destacam-se a Kyowa-Meiho – a primeira pescaria japonesa de atum com redes de cerco com retenida a obter a certificação –, o atum-rabilho australiano e a pescaria de atum do Atlântico ao largo do Senegal.

A pescaria sul-africana de atum-voador com salto-e-vara foi a primeira a passar no Programa de Melhoria do MSC para a certificação em 2024.

Atualmente, 2,82 milhões de toneladas de atum provenientes de pescarias com certificação MSC são desembarcadas anualmente, representando metade das capturas mundiais de atum selvagem.

Laura Rodriguez, diretora de estratégias de espécies do MSC, afirma: “As vendas de atum com rótulo ecológico têm vindo a crescer nos últimos anos e não dão sinais de abrandar.  É encorajador ver os progressos alcançados pelas pescarias de atum em todo o mundo para responder a esta procura por parte dos retalhistas e consumidores, o que, por sua vez, está a impulsionar melhorias no mar.”

Os atuns são migratórios, pelo que as unidades populacionais podem ser partilhadas por vários países, que têm de chegar a acordo sobre as medidas de gestão necessárias para garantir uma pesca sustentável. Este facto pode constituir um grande desafio para as pescarias do atum e para as Organizações Regionais de Gestão das Pescas (ORGP). Duas importantes pescarias  – a do gaiado do Oceano Pacífico Ocidental e Central (OPOC) e a do atum-voador do Pacífico Norte – alcançaram marcos relevantes na gestão sustentável no último ano, ao implementarem com sucesso estratégias de captura rigorosas que asseguram a saúde a longo prazo destas populações de atum.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura, a quantidade total de atum capturado anualmente tem vindo a aumentar de forma constante desde a década de 1950. O seu mais recente relatório sobre o estado das pescas no mundo (SOFIA), publicado em 2024, revela que, em 2022, foram capturadas mais de 3 milhões de toneladas de gaiado e mais de 1,5 milhões de toneladas de atum-albacora, ambas em peso vivo.

Em resposta a dados científicos que mostraram que um terço das unidades populacionais das sete principais espécies de atum estavam a ser exploradas a níveis biologicamente insustentáveis, as Nações Unidas a declararam, em 2016, o dia 2 de maio como o Dia Mundial do Atum, com o objetivo de sensibilizar para o facto de estas unidades populacionais estarem ameaçadas por uma procura excessiva. Desde então, muitas pescarias têm demonstrado um empenho considerável em melhorar as suas práticas para garantir a sustentabilidade do atum. O mais recente relatório da International Seafood Sustainability Foundation sobre o estado das populações revelou que 87% das capturas globais de atum provêm atualmente de populações em níveis considerados saudáveis.

Análise do mercado de atum em Portugal

O mercado português de atum com certificação do Marine Stewardship Council (MSC) mantém-se estável nas 325 toneladas, distribuídas, principalmente, entre conservas (39,8%) e produtos congelados (36,2%). Atualmente, 19 empresas portuguesas possuem certificação da Cadeia de Custódia para o atum, tendo estas comercializado 1155 toneladas de produto em 2023/24.

Neste mesmo período registavam-se 21 variedades de produto com o Selo Azul no mercado nacional. O Aldi, o Continente, o Lidl, o Ikea e o E.Leclerc são os cinco retalhistas com maior volume vendido de atum com certificação MSC. No mercado da exportação, prevê-se que entre abril de 2024 e março de 2025 as empresas portuguesas que exportam atum com certificação MSC atinjam um impacto de 10 milhões de euros em valor. A origem do atum é um fator decisivo para consumidores e empresas no mercado nacional. O MSC tem promovido iniciativas para a certificação das frotas nacionais, aguardando-se a primeira pescaria de tunídeos certificada no país.

O MSC na Seafood Expo Global

O MSC participou esta quarta-feira, dia 7 de maio, num painel durante a Seafood Expo Global, em Barcelona, para debater a oferta e a procura de atum sustentável. A sessão contou com a participação de parceiros comerciais que estão na linha da frente do abastecimento responsável de atum. Na página do evento, estão disponíveis mais informações.

 






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