Desflorestação na Amazónia sobe 27% no primeiro semestre do ano. Cai quase 10% no Cerrado



Entre janeiro e junho deste ano, a desflorestação na Amazónia brasileira aumentou 27% face ao mesmo período de 2024. O governo aponta incêndios do final do ano passado como possível causa da subida.

Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), divulgados esta semana pelo executivo do Presidente Lula da Silva, revelam que nos primeiros seis meses de 2025 as áreas sob alerta de desflorestação na Amazónia somaram 2.090 quilómetros quadrados (km2), comparando com os 1.645 km2 do período homólogo do ano anterior.

Em comunicado, André Lima, secretário extraordinário de Controle do Desmatamento e Ordenamento Ambiental Territorial do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, explica que “os dados do primeiro semestre de 2025 foram influenciados pelos incêndios de agosto a outubro do ano passado, que somente começaram a ser detetados como desmatamento com vegetação após o início do período da seca, que começou no final de maio deste ano”.

No bioma do Cerrado, a tendência é inversa. No primeiro semestre deste ano, a desflorestação caiu 9,82%, dos 3.724 km2 entre janeiro e junho de 2024 para os 3.358 km2.

Olhando a uma escala temporal mais alargada, a desflorestação na Amazónia entre agosto de 2024 e junho de 2025 aumentou 8,4% em comparação com o período de agosto de 2023 a junho de 2024. No Cerrado, a perda de vegetação caiu 22,51% entre esses mesmos períodos.

Os incêndios, em conjunto com as secas, foram os principais fatores que fizeram subir a área florestal perdida na Amazónia, com os dados oficiais a indicarem que as perdas causadas pelo fogo aumentaram 245,7% nesse bioma entre agosto de 2024 e junho de 2025.

Diz o governo brasileiro que o aumento da desflorestação na Amazónia está relacionado com o “avanço dos incêndios em florestas primárias, situação que anteriormente não era tão expressiva, mas que tem sido agravada pela mudança do clima”.






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