Telhado “verde” da Ford comemora dez anos. O que mudou?
O telhado jardinado da Ford começou a ser construído há precisamente dez anos, numa altura em que este tipo de projectos não era muito visto. O sistema “copia a Natureza”, isolando o edifício e oferecendo um habitat para pássaros e insectos, explica a empresa.
Em 1994, a obra, da autoria de Bill McDonough, entrou para o Livro do Guiness como a maior do mundo, com 10,4 hectares de telhado coberto por “sedum”, uma planta muito tolerante a condições climáticas extremas. A cobertura verde produz ainda oxigénio, o que reduz a emissão de dióxido de carbono da fábrica River Rouge.
Além disso, o telhado ecológico acaba por substituir uma estação de tratamento de águas no complexo industrial, uma vez que tem um sistema que purifica as águas da chuva. Na altura, o projecto de McDonough´s veio evitar uma multa de 50 milhões de dólares que a Agência de Protecção do Ambiente queria aplicar à Ford, uma vez que o rio que dá nome à fábrica estava muito poluído e as medidas da companhia não satisfaziam os requisitos do organismo.
Segundo a notícia do site TreeHugger, a cobertura acabou por sair mais barata à empresa, que não precisou adquirir equipamento novo, nomeadamente um sistema de gestão de águas. O projecto, de 15 milhões de dólares, incluiu vários dispositivos para abrandar o escoamento da água da chuva e permitir a sua absorção.
A obra venceu também o prémio da indústria Green Roof.
Contudo, uma década depois, o aproveitamento ecológico dos telhados ainda não é algo que esteja generalizado. Há alguns aquitectos a levarem mais longe o conceito, atribuindo-lhe uma visão estética, além da funcional, mas continuam a ser raras as empresas, já para não falar dos particulares, que planeiam ter um jardim no topo das suas cabeças, com todas as vantagens que isso pode trazer, mesmo económicas e financeiras, para os seus negócios.