Milhares protestam contra festival de comida de cão na China
Arranca hoje em Yulin, na província de Guangxi, China, mais uma edição do festival local de comida de cão, um evento que todos os anos motiva vários protestos de activistas pelos direitos dos animais – e não só – mas que se mantém no calendário festivo da região.
Segundo o The Guardian, o festival é considerado uma tradição ancestral de Verão pelos residentes. “[Estes cidadãos] apreciam a sua cultura de comer carne de cão, que envolve, [neste festival], o seu consumo em massa”, avança o jornal britânico.
Os activistas pelos animais afirmam que o festival é cruel – e os relatos destes são impressionantes. Cerca de 10 mil cães, todos os anos, são transportados e mantidos em condições inumanas, sendo depois mortos.
“Vimos animais agredidos antes de serem cozinhados. Quando mais investigamos, mais crueldade descobrimos”, explicou à AFP o fundador do grupo chinês de direitos dos animais Boai Small Animal Protection Center, Du Yufeng.
Nos últimos anos, cidadãos como Du Yufeng tentaram impedir o festival, apelando aos governos da China ou Estados Unidos, entre outros. Milhares de concidadãos tentaram também boicotar o evento nas redes sociais e sites.
Segundo Du, porém, este poderá ser o último ano do festival. O Governo chinês, em resposta ao activismo online, vai enviar uma equipa para monitorizar o evento deste ano. Pode ser uma acção simbólica, mas é um início.
“Acho que esta equipa levará a uma redução da crueldade, mas sobretudo à frente das pessoas”, explicou Du.
Segundo a AFP, vários habitantes de Yulin sentem-se chateados com as constantes notícias negativas da imprensa. É a prova de que o trabalho de Yu e outros milhares de activistas, online e offline, está a produzir resultados.
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