Grous regressam à Escócia e aumentam esperança de recolonização
O grou-comum, conhecido pelos seus extravagantes rituais de acasalamento e pelo seu aspecto gracioso, desapareceu da Escócia na Idade Média, devido à caça e à mudança das práticas agrícolas. Mas agora, pela primeira vez em séculos, as aves voltaram a ocupar o nordeste do território, com uma cria nascida no ano passado e outra neste Verão.
O regresso desta espécie rara tem fascinado os conservacionistas. “Estas aves encantadoras e elegantes têm um lugar forte nos nossos mitos e na nossa história e são maravilhosas de observar, em particular durante a época de reprodução com as suas exibições de ‘dança’”, disse Stuart Housden, director da Royal Society for the Protection of Birds (RSPB) da Escócia.
“Elas realizam migrações regulares e pequenos números têm aparecido na costa este da Escócia nos últimos anos, aumentando a esperança de uma recolonização”, acrescentou.
Os registos históricos revelam que o grou-comum foi visto – e comido – no país nos séculos XV e XVI, mas a última evidência científica de populações reprodutoras no local remonta à Idade do Ferro.
A sua ocupação tão a norte é mais um marco significativo na recolonização do Reino Unido depois de séculos de ausência – aí existem agora pequenas populações estabelecidas em Norfolk, Suffolk, Cambridgeshire e Yorkshire, com um projecto de reintrodução específico também a decorrer em Somerset. De acordo com o Guardian, a última contagem, realizada em 2011, revelou a existência de 17 casais reprodutores.
Ao contrário de muitas reintroduções formais levadas a cabo no Reino Unido pelos conservacionistas, o grou migratório tem retornado naturalmente para se reproduzir durante o Verão, em paralelo com a sua lenta propagação pela Europa do Norte e Ocidental.
A RSPB recusa-se a divulgar os locais de reprodução das aves, devido a preocupações ligadas à sua vulnerabilidade. Trata-se de um animal que é facilmente perturbado e que precisa de largas zonas húmidas e relativamente isoladas para se reproduzir. Definitivamente, os grous não apreciam o contacto com seres humanos.
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