Pequim recorre a medidas drásticas para reduzir poluição
A qualidade do ar em Pequim tem-se tornado tão má que começa mesmo a afastar os turistas. Mas a falta de turistas é o menor dos problemas chineses. Entre outras coisas, a cidade está a trabalhar no seu sistema de bicicletas públicas e na reestruturação de estradas e passeios para receber transportes públicos, mas mantém-se uma questão: quem quererá andar de bicicleta num ambiente destes?
A poluição atingiu um estado tal que os moradores e os funcionários da cidade, antes reticentes a abordagens sobre as emissões de gases com efeito de estufa em detrimento do crescimento económico, já pedem soluções drásticas para a escassez de ar respirável.
Pequim conta com um limite para os novos registos de automóveis disponíveis a cada mês. Em Agosto, 1,6 milhões de pessoas inscreveram-se para novas licenças de automóveis, mas acontece que apenas 22 mil são emitidas mensalmente.
Agora, entre um conjunto de novas medidas de combate à poluição do ar da cidade, as restrições sobre os novos automóveis serão ainda mais afincadas. A cidade tem actualmente cerca de 5,4 milhões de carros – as autoridades querem garantir que os números caem em seis milhões até 2017. Isto significa que apenas cerca de 10 mil novas licenças serão emitidas por mês durante os próximos cinco anos.
Como parte do plano a cinco anos, também foi anunciado que 1.200 das mais poluentes empresas e fábricas serão obrigadas a melhorar as suas instalações ou a encerrar até 2016. Adicionalmente, as empresas que infringirem as leis ambientais enfrentarão a proibição de receber empréstimos bancários, angariação de fundos por via de ofertas públicas e incentivos fiscais, a partir deste ano.
De acordo com o Grist, o grande objectivo consiste em reduzir as partículas nocivas no ar em 25% até 2017. As medidas serão sem dúvida penosas de cumprir, mas a alternativa é viver numa cidade onde infelizmente as máscaras cirúrgicas se tornaram num acessório comum.
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