Projecto de fotografia revela biodiversidade do Vale do Ave (com FOTOS)



Muitos são os recantos do país onde a natureza ainda emerge de forma quase intocada, como se o tempo aí tivesse parado, à margem da agitação e do rebuliço das grandes cidades. O Vale do Ave já foi um desses lugares – antes do nocivo toque humano se fazer nele notar. Henrique Triães acredita que é possível reverter a situação e, com a sua câmara fotográfica em punho, dedica-se a registar a riqueza que lá mora.

Localizado entre o Douro Litoral e o  Minho, o Vale do Ave é composto por uma diversidade de concelhos que contribuem para a moldura paisagística única que o caracteriza – como Fafe, Guimarães e Póvoa de Lanhoso. O rio Ave é um dos recursos naturais mais marcantes da região e que se revelou mais significativo no curso da história da indústria local.

A página Vale do Ave Nature and Lanscapes, que lhe trazemos, é uma iniciativa do fotógrafo amador Henrique Triães, de 28 anos, que se dedica a captar a biodiversidade que caracteriza este pedaço de Portugal. O projecto surge assim como uma forma de divulgar o património natural da zona e suscitar o debate em torno de assuntos relacionados com o “Vale Encantado”, como lhe chama.

Há quatro gerações que a família de Henrique tem morada no Vale do Ave, onde outrora já existiu um rio limpo, onde era possível nadar. “Fui pai há relativamente pouco tempo e isso fez-me ter a vontade de que, um dia, a minha filha ainda possa ver este Vale como ele um dia já foi – limpo e belo”, contou ao Green Savers.

Este homem considera que o Vale do Ave sofre de uma grande lacuna no que diz respeito à preservação, devido à forte industrialização da área. Acções como a limpeza dos rios Vizela e Ave ajudam à saúde do ecossistema, mas os esforços são poucos mediante tal fragilidade.

“Com as visitas que faço regulares ao rio Vizela posso constatar que o reaparecimento de novas espécies, especialmente aves, se deve ao facto de o rio estar a ganhar nova vida, com o aumento da vida marinha”, explica Henrique. “Este ano avistei uma cegonha, coisa que não pensei ser possível no Vale do Ave.”

Veja algumas das imagens que Henrique capta, mostrando que o esforço pela recuperação de áreas naturais afectadas pelas actividades humanas dá frutos.





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