Mau planeamento urbano pode ser responsável pela obesidade das crianças



O número de crianças obesas nos Estados Unidos duplicou nos últimos 30 anos – apenas 8% dos jovens entre os 12 e 19 anos têm a hora recomendada de actividade física diária. As investigações mostram que alguns factores são genéticos, ou ligados ao hábito, mas uma das áreas menos exploradas tem a ver com o que rodeia o corpo e não necessariamente com o que se ingere.

Um grupo de investigadores da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, quis averiguar se o design da vizinhança pode moldar a actividade e a saúde das pessoas. Para isso, mediram os níveis de actividade das crianças de uma comunidade com crescimento inteligente (bairro tranquilo, espaços verdes, construção compacta, variedade de transportes, etc.), comparativamente aos níveis de actividade das crianças de comunidades suburbanas convencionais. Ligando GPS e acelerómetros às presilhas das calças de 386 crianças, acompanharam a sua actividade a cada 30 segundos – 120 vezes por hora –, durante uma semana.

Após a análise dos resultados, os investigadores deram conta de uma diferença significativa: as crianças do bairro com crescimento inteligente mostraram níveis de actividade 46% superiores aos das outras crianças a viverem em fileiras de habitações do pós-guerra.

Segundo o Fast Coexist, a equipa estimou que, por viverem em comunidades bem estruturadas, as crianças estão susceptíveis a ganhar mais 10 minutos de actividade física moderada a vigorosa à volta das suas casas.

Ainda assim, os níveis gerais de actividade entre as duas comunidades distintas foram semelhantes. “Isto significa que os pais e as crianças que vivem nessas comunidades convencionais devem estar envolvidos em actividades físicas fora do seu bairro”, observa Michael Jerrett, autor principal do artigo.

Os resultados apoiam a ideia de que o design dos bairros pode desempenhar um papel importante na saúde. Jerrett defende que a actividade física nas comunidades com crescimento inteligente é mais justo: “Ao manter a actividade física no local, de forma gratuita, as pessoas não vão ser economicamente impedidas de participar.”

Foto: Sob licença Creative Commons





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