Nova definição clínica da anorexia pode ajudar mais adolescentes
A recente mudança na forma como a anorexia é diagnosticada pode tornar mais fácil ajudar jovens com a doença. Os critérios do transtorno deixaram de se debruçar exclusivamente sobre o peso – a mudança alterou o foco do diagnóstico para os comportamentos dos doentes.
Os critérios anteriores de diagnóstico perpetuavam a ideia de que a anorexia é um transtorno de peso – em vez de psicológico. Acontece que a anorexia pode afectar adolescentes com um índice de massa corporal normal, acima do recomendado ou mesmo obesos. A obesidade, aliás, é uma comum porta de entrada para a anorexia ou bulimia, se a pessoa começa a tentar perder peso de formas pouco saudáveis.
A anorexia nervosa tem geralmente início na adolescência e, nos Estados Unidos, afecta cerca de 0,3% dos adolescentes, explica o Scientific American. No âmbito de um grande estudo sobre o tema, mais 0,8% jovens foram diagnosticados como tendo “anorexia nervosa subliminar” – revelam sintomas, mas não preenchem todos os critérios. De forma geral, cerca de 6% dos adolescentes sofrem de algum tipo de transtorno alimentar, como bulimia ou compulsão alimentar.
Os especialistas acreditam agora que os adolescentes que não têm um aspecto físico anoréctico poderão receber o tratamento de que necessitam, em vez de serem ignorados. Mais de 55% das raparigas e 30% dos rapazes adolescentes revelam algum tipo de sintoma de transtorno alimentar – como fazer jejum, tomar comprimidos de dieta, provocar vómitos ou recorrer ao uso de laxantes. O desafio é socorrer os jovens que poderão levar estas práticas longe demais.
A intervenção precoce é a chave para uma recuperação completa – espera-se que com esta nova abordagem do problema se torne possível começar a tratá-lo desde cedo.
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