Clima: urso polar ataca duas pessoas no Canadá
O ataque de um urso polar a duas pessoas, no Canadá, levou a novas advertências dos cientistas relativamente ao perigo do aumento do visionamento destes animais, motivado pelo aquecimento do Árctico.
Alguns amigos tinham saído de uma festa, antes do amanhecer, quando o urso polar rastejou até eles, de forma imperceptível. Os vizinhos tentaram afastar o animal com uma pá, batendo panelas e frigideiras, mas duas pessoas foram gravemente atacadas.
O ataque, que se deu no centro de Churchill, ocorreu por volta das cinco horas da manhã do dia 1 de Novembro, quando um jovem casal se ofereceu para acompanhar um amigo a casa na saída da festa de Halloween. Andar acompanhado é uma prevenção comum na cidade, nos meses de Outubro e Novembro, uma vez que os ursos polares vão da terra para as zonas de gelo mais próximas da baía.
O urso, descrito pelas testemunhas como um sub-adulto, foi morto mais tarde pelos oficiais de conservação Manitoba. Outro urso, uma mãe com um filhote, também foi morto a tiro na sequência do episódio. Ao mais pequeno foi dado um tranquilizante, sendo levado para o zoológico Winnipeg.
A mulher – como muitas das testemunhas do ataque – era uma trabalhadora sazonal, que veio para Churchill para trabalhar no restaurante, durante a atarefada época turística. O homem era um residente local, experiente em lidar com os ursos.
Segundo o Guardian, este episódio – o segundo violento ataque desde Setembro – abalou profundamente a pequena cidade de 900 pessoas, na baía de Hudson e conhecida como capital mundial do urso polar.
O ataque também foi um aviso do aquecimento do Árctico, derivado das alterações climáticas. A perda de gelo está a levar os ursos esfomeados para perto dos humanos – e caçando, com consequências letais para ambos, afirmam os cientistas.
“Prevemos que, em alturas incertas, os ursos se tornem famintos quando a ausência de gelo no mar é mais longa. Cada vez mais animais se aventuram nas comunidades, nas aldeias, invadem esconderijos de comida, procuram nos lixos e atacam pessoas. Podemos prever que estes tipos de acontecimentos sejam mais frequentes e graves devido às alterações climáticas”, explicou Steven Amstrup, cientista-chefe da Polar Bears International.