Primeira caneta de insulina para animais diabéticos lançada este mês
A primeira caneta de insulina para cães e gatos é lançada este mês, uma altura em que se assinala a diabetes animal. Este novo dispositivo foi adaptado das canetas de insulina utilizadas no tratamento da diabetes humana, tornando mais prática e fácil a administração da insulina em animais de companhia, quer o dosear, manipular ou administrar.
Estima-se que cerca de um em cada 100 animais de companhia tenha diabetes, sendo que esta ocorrência tem tendência a aumentar. A obesidade é um dos factores de risco da diabetes em gatos, sendo que em Portugal, cerca de 30% dos gatos têm excesso de peso ou são obesos.
“Administrar com uma seringa a dose de insulina, que o animal precisa diariamente, pode ser um momento penoso tanto para o dono, como para o animal. E, à semelhança do que acontece com as pessoas diabéticas, os animais também precisam de injecções de insulina diárias. Substituindo a seringa por uma caneta, esta rotina passa a ser muito mais simples, muito mais prática e muito mais fácil”, explica o médico veterinário Rui Almeida, do Hospital Veterinário VetOeiras.
Desenvolvida para tornar a manipulação do dispositivo mais simples e o processo de administração rápido e fácil, a caneta de insulina veterinária permite aos donos dos animais injectarem a dose exacta de insulina sempre que o animal de estimação precisa, mesmo fora de casa.
“A diabetes é uma doença tratável e nos gatos potencialmente reversível desde que tratada atempadamente a de forma adequada. Esta doença não afecta directamente a esperança de vida dos animais afectados. Com uma correta gestão e controlo da doença, os animais de estimação diabéticos podem ter uma vida longa e com qualidade”, avança Pedro Morais de Almeida, Médico Veterinário docente da faculdade de medicina veterinária da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.
A caneta de insulina representa também, pela simplificação que traz ao processo, um grande avanço para os donos de animais com deficiência visual ou com certas doenças limitativas da mobilidade, como a artrite.
A diabetes é mais comum em animais idosos, a partir dos sete anos. Animais com excesso de peso, uma vida sedentária, ou com outro tipo de problemas no pâncreas também estão mais propensos ao desenvolvimento desta doença.
As manifestações da diabetes, à semelhança do que se verifica nas pessoas, são na maioria dos casos facilmente perceptíveis: os chamados 4 Ps. O cão ou o gato perdem peso, mesmo com um aumento de apetite e ingestão de alimento. Há um aumento no consumo de água e consequentemente uma maior produção de urina.
Nos gatos os sinais poderão ser mais subtis. Para além destes sinais, nos cães o aparecimento súbito de cataratas é muitas vezes um dos sinais de alarme detectado pelos donos. “Estas manifestações podem sugerir que o animal tem diabetes, contudo a confirmação é feita pelo médico veterinário, que também indica o melhor tratamento a seguir”, conclui Pedro Morais de Almeida.
Foto: Firepile, sob licença Creative Commons