As oito soluções para reduzir a fome no mundo até 2050
Um estudo elaborado pelo Instituto de Recursos Naturais, Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, Programa Ambiental das Nações Unidas (UNEP, na sigla inglesa) e o Banco Mundial revela que o mundo vai precisar, em 2050, de mais 70% de alimentos que os produzidos hoje, de maneira a satisfazer as necessidades de alimentação de uma população mundial que atingirá os 9,6 mil milhões de habitantes.
Além de indicar a crescente necessidade de alimentação, o World Resources Report: Creating a Sustainable Food Future, que foi apresentado na 3ª Conferência para a Agricultura, Alimentação, Segurança de Nutrição e Alterações Climáticas em Joanesburgo, revela que é possível suprir as necessidades alimentares da população e criar, ao mesmo tempo, um ambiente mais saudável através de melhorias na forma de produção e consumo da comida.
“O desperdício de mais de 1,3 mil milhões de toneladas de comida todos os anos, que equivale a cerca de um bilião de dólares (€736 mil milhões), está a gerar grandes perdas económicas para o mundo, ao passo que aumenta a pressão sobre os recursos naturais necessários para alimentar o planeta”, afirma o director-executivo do UNEP, Achim Steiner.
Neste sentido, o relatório indica várias medidas para a redução da fome até 2050, que se destacam em dois grandes grupos: redução do consumo excessivo e a melhoria da produção dos alimentos.
No que concerne à redução do consumo excessivo, caso se reduzisse até 2050 o desperdício de alimentos para metade conseguir-se-ia diminuir em 20% as necessidades de alimentação (1ª solução). A mudança de dieta também poderia ajudar a suprimir as necessidades alimentares (2ª), nomeadamente através da redução do consumo de produtos de origem animal, que pouparia milhares de hectares de floresta, que de outra maneira serão abatidas para o cultivo de plantações. Alcançar um outro nível de reposição da fertilidade (3ª) pode também ajudar a suprimir a fome. Implementar políticas de controlo de natalidade e de educação sexual (4ª) ajudaria a colmatar a necessidade de alimento em cerca de 25% na região da África Subsariana.
Em relação às práticas agrícolas que podem ser melhoradas, o documento destaca a melhoria da gestão da água (5ª) e do solo (6ª), o aperfeiçoamento da produtividade das terras de pastagens (7ª), o uso de terras degradadas, potencializar os agricultores menos rentáveis e evitar deslocações de terrenos agrícolas para locais diferentes (8ª).
“Desde a redução do desperdício de comida à melhoria das práticas agrícolas, alimentar uma população em crescimento requer acções em várias frentes de forma simultânea”, considera o director para a agricultura e serviços ambientais do Banco Mundial, Juergen Voegele.
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