Austrália: onda de calor é consequência das alterações climáticas provocadas pelo homem
O sul da Austrália está a atravessar uma onda de calor extremo, com os termómetros a ultrapassarem os 40ºC. Apesar de ser verão, as temperaturas anormais estão a provocar vários incêndios, a falhas no abastecimento eléctrico e até a levar a desistências de tenistas no Open da Austrália, a decorrer em Melbourne.
Os cientistas indicam que a vaga de calor extremo é um exemplo claro de como as alterações climáticas provocadas pela espécie humana estão a ter consequências na variabilidade natural do clima.
Segundo Sarah Perkins, da Universidade New South Wales, especialista no clima australiano, as últimas vagas de calor ocorreram na ausência do El Ninõ, fenómeno climático de carácter atmosférico e oceânico, que provoca o aquecimento anormal das águas superficiais e pouco profundas do Oceano Pacífico Equatorial. “Habitualmente esperamos que as temperaturas mais elevadas ocorram com maior frequência durante a fase do El Ninõ, porém, estamos a verificar ondas de calor consecutivas que não são provocadas pela variabilidade do clima”, afirma a especialista, citada pelo Financial Times.
Esta semana, as temperaturas ultrapassaram os 40ºC várias vezes e esta é a segunda vaga de calor extremo em quinze dias. Recentemente, o instituto de meteorologia australiano confirmou que 2013 foi o ano mais quente desde que se monitoriza a temperatura anual do país. As temperaturas médias estiveram 1,2ºC acima da média a longo-prazo, ultrapassando o recorde de 2005, quando os termómetros estiveram 0,5ºC acima da média.