Aves são mais infiéis quando as opções de escolha são maiores



Um par de cisnes, com os pescoços ligeiramente curvados, pode ser uma das imagens mais românticas do reino animal de que os humanos se apropriaram. Na verdade, a maioria das espécies de aves – cerca de 90%, uma taxa muito superior à dos mamíferos – forma pares monogâmicos para acasalar e criar as jovens aves.

Contudo, um novo estudo britânico revela que estas aves monogâmicas, quando têm oportunidade, são promíscuas e têm mais que um parceiro. De acordo com o Dodo, os investigadores estudaram 197 espécies diferentes de aves, incluindo os cisnes, para determinar porque é que os animais, monogâmicos por natureza, se tornavam poligâmicos.

Segundo os dados recolhidos, os investigadores verificaram que quando uma população era maioritariamente composta por machos, as fêmeas tinham uma tendência maior para trair os parceiros. Já numa população onde as fêmeas estivessem em maior número, a “taxa de divórcio” – o número de machos que deixava as suas parceiras para cortejar uma parceira melhor – aumentava.

“Basicamente, o sexo mais raro tem mais oportunidade de ditar as regras do jogo e de trair o parceiro ou trocá-lo por um outro companheiro melhor”, explica András Liker, ornitólogo da Universidade de Sheffield.

A descoberta deste tipo de comportamento nas aves tem “semelhanças marcantes com as sociedades humanas – por exemplo, a frequência dos divórcios está relacionada com o rácio de sexos em algumas sociedades, tal como nas aves”, indica Robert Freckleton, biólogo da mesma universidade. O rácio de fêmeas para machos tem “um papel importante no comportamento de acasalamento de uma ampla gama de organismos”, afirma o biólogo.

“Nos animais, tal como nos humanos”, indica Liker, “os casais podem não ser permanentes – o divórcio e a infidelidade são bastante comuns”.

Foto:  (www.debabrata.info) debabrata / Creative Commons





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