Gronelândia: camada de tundra descoberta sob o gelo pode ajudar desvendar alterações climáticas



Em inglês, a Gronelândia é Greenland (Terra Verde). Contudo, este território que pertence à Dinamarca encontra-se coberto de gelo. De onde virá então o verde do seu nome? De acordo com uma lenda islandesa, o explorador viking Erik, o Vermelho, deu este nome ao território, depois de o descobrir no século X, para atrair colonos.

Agora, uma nova descoberta vem conferir ainda mais credibilidade ao nome. Investigadores da Universidade de Vermont, nos Estados Unidos, descobriram uma camada de tundra enterrada debaixo do manto de gelo da Gronelândia, que data de há três milhões de anos. A nova descoberta, que desafia as teorias há muito concebidas sobre o funcionamento dos glaciares, pode vir a ajudar a descortinar as alterações climáticas.

“Geralmente entende-se que os glaciares funcionam como uma lixadeira de cinta larga. À medida que se movem sobre o terreno raspam tudo – vegetação, solo e até mesmo a camada superior das rochas”, lê-se num comunicado da Universidade de Vermont, citado pelo Inhabitat.

A descoberta deste tipo de solo orgânico, preservado há três milhões de anos sob o gelo, contraria as teorias estabelecidas, provando que, em vez de erodir a paisagem, como era expectável, os mantos de gelo apenas congelam o solo. A descoberta da camada de tundra foi confirmada pelos cientistas com a descoberta de grande concentrações de berílio-10, um isótopo raro que indica que o solo se desenvolveu durante centenas de milhares ou milhões de anos.

A camada de gelo que cobre cerca de 75% do solo da Gronelândia permanece um mistério até aos dias de hoje. No último ano, os cientistas descobriram um desfiladeiro com duas vezes o comprimento do Grand Canyon enterrado sob o gelo. Outros estudos recentes indicam ainda que a camada de gelo da Gronelândia pode ter sobrevivido a muitos fenómenos de aquecimento global.

Foto:  christine zenino / Creative Commons





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