10 provas de que o trânsito nos está a matar lentamente
A falta de mobilidade é uma das mais velhas questões ligadas à sustentabilidade urbana, um verdadeiro desafio e que todas as cidades, grandes ou pequenas, têm de enfrentar. Muitas das grandes cidades do Planeta viveram anos após anos a ignorar o problema, deixando para futuras gerações e futuros governantes a descoberta da solução.
Agora, todo o tempo é pouco para desenvolver estratégias de mitigação do trânsito, quer seja através da expansão dos transportes públicos – uma solução cara, sobretudo numa fase em que a Europa está metida numa encruzilhada financeira –, do incentivo à partilha de carros, utilização da bicicleta ou até o teletrabalho.
O site brasileiro Planeta Sustentável partiu daquele que terá sido um dos piores cenários de sempre de trânsito do mundo – na última sexta-feira, São Paulo colocou um milhão de automóveis nas ruas, devido à greve dos transportes públicos – para provar que o trânsito está a acabar não só com a nossa paciência como com a nossa vida.
Nesse dia, em São Paulo, a chuva fez uma aparição na cidade, o que piorou o congestionamento e originou 251 quilómetros de fila – foi a manhã mais lenta da história da cidade. Veja as 10 maneiras com que o trânsito está a matar-nos.
1. Poluição
A poluição provocada pelos veículos causa 4.600 mortes por anos só no Estado de São Paulo, Brasil. A poluição gerada é responsável pela redução de 1,5 anos de vida da população na região metropolitana de São Paulo, que concentra mais de 20 milhões de pessoas. O custo em atendimentos médicos para pessoas que sofrem de doenças cardiorrespiratórias ligadas aos carros chega a quase €325 milhões (R$ 1000 milhões) por ano.
2. Obesidade
Um estudo da Universidade de Sidney, na Austrália, mostra que pessoas que conduzem diariamente para o trabalho têm uma tendência 13% maior de ficarem acima do peso ou tornarem-se obesas. E isso mantém-se quando elas fazem exercício e ou tiram tempo para lazer depois das viagens.
3. Hiperglicemia
Um estudo da escola de Medicina da Universidade de Saint Louis e o Cooper Institute, em Dallas, EUA, revela que conduzir mais de 16 quilómetros por dia está associado a índices maiores de glicose (açúcar) no sangue.
4. Colesterol alto
Publicado no American Journal of Preventive Medicine, o estudo anterior também relaciona conduzir todos os dias para o trabalho com colesterol alto, o que está ligado a doenças cardiovasculares recorrentes.
5. Depressão
Entre os 4.297 entrevistados para a pesquisa da Universidade de Saint Louis, foi comprovado que os que passavam mais tempo no trânsito tinham tendências maiores à depressão, ansiedade e comportamento anti-social.
6. Ansiedade
Uma pesquisa do Office of National Statistics, na Grã-Bretanha, revela que pessoas que levam mais de meia hora para se deslocar até o trabalho mostraram os maiores índices de stress e ansiedade, assim como uma maior insatisfação com a vida em geral.
7. Pressão alta
Ir para o trabalho na hora de ponta pode temporariamente elevar a sua pressão sanguínea mesmo que não haja congestionamentos. Isso foi provado em uma pesquisa feita pela Universidade de Utah, nos EUA. Assim, eles separaram dois grupos de teste num simulador de direcção.
Para ambos os grupos foi dado um cenário em que o entrevistado estava atrasado para uma reunião na qual ganharia dinheiro, mas um dos grupos conduzia numa simulação com mais carros na via, enquanto o outro não. Embora chegando ao mesmo tempo e com a mesma velocidade média, o grupo que saiu na simulação de via com mais carros mostrou batimentos cardíacos mais rápidos e picos de elevação da pressão sanguínea, aumentando o risco potencial de enfarte.
8. Sono prejudicado
A edição de 2012 da Regus Work-life Balance, uma pesquisa feita anualmente em 80 países com cerca de 16 mil trabalhadores, mostra que quem gasta mais de 45 minutos na ida ou volta do trabalho declara ter um sono pior e mostra sinais mais evidentes de exaustão.
9. Relacionamentos destruídos
Ainda de acordo com a Regus, quem faz viagens demoradas entre o trabalho e a casa coloca mais pressão sobre a família e os amigos. Esses trabalhadores têm 40% mais hipóteses de se separarem de seus parceiros conjugais.
10. Dores no corpo
Dores nas costas, pescoços, braços e pernas são comuns quando se passa mais de duas horas no trânsito. Mas não se preocupe, pelo menos isso pode ser aliviado agora com alguns exercícios de alongamento.
Foto: Oran Viriyincy / Creative Commons