Cientistas apelam ao fim de toda a pesca em alto mar



Vários biólogos marinhos das universidades de Columbia Britânica, Canadá, e de Oxford, em Inglaterra, fizeram na semana passada um apelo radical para acabar com toda a pesca em alto mar. Segundo o Escience News, tal acção ajudaria a proteger a biodiversidade e sequestrar carbono da atmosfera.

De acordo com a equipa de cientistas, liderada por Rashid Sumaila e Alex Rogers, o apelo compreende as partes do oceano que ninguém possui ou reinvindica por estarem além das zonas económicas de 320 quilómetros, patrulhadas e disputadas por vários Governos.

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Estas zonas são verdadeiros sorvedouros de carbono e uma fonte natural da sua remoção da atmosfera, pelo que contribuem para a luta contra as alterações climáticas. Na verdade, a vida nas águas profundas absorve 1,5 mil milhões de toneladas de CO2 da atmosfera, enterrando 500 milhões de carbono no mar por ano. Em valores financeiros, esta acção valerá €110 mil milhões (R$ 330 mil milhões) por ano.

De acordo com o Escience News, apenas um centésimo dos peixes que chegam a todos os portos do mundo são encontrados só no alto mar. Nesta região são pescadas 10 milhões de toneladas, com um valor de mercado de €11,7 mil milhões (R$ 35,6 mil milhões).

“Manter peixes nestas áreas tem mais valor do que apanhá-los,” explicou Sumaila. “Se perdermos a vida no alto mar, teremos de encontrar outro modo de reduzir emissões, a um custo muito mais alto.”

Sumaila ajudou a calcular o valor económico do carbono armazenado pela vida no alto mar, aplicando preços à sua quantidade, e isto incluiu os benefícios de mitigação dos custos da mudança do clima.

Foto:   fung.leo / Creative Commons





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